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"Se sabia em 2012, por que é que Passos só pagou em 2015?"

Francisco Louçã comentou a falta de contribuições de Pedro Passos Coelho à Segurança Social, entre 1999 e 2004. No ar deixou várias questões que não foram respondidas pelo primeiro-ministro.

"Se sabia em 2012, por que é que Passos só pagou em 2015?"
Notícias ao Minuto

22:47 - 06/03/15 por Notícias ao Minuto

Política Francisco Louçã

No programa semanal 'Tabu' na SIC Notícias, Francisco Louçã comentou a polémica que envolve o líder do Executivo afirmando que crê que isto "está muito longe de ter terminado".

Quanto às declarações dadas esta sexta-feira por Pedro Passos Coelho, o economista acredita que Passos tenha ensaiado duas tentativas. "A primeira foi dizer que o assunto estava resolvido, que não era um homem perfeito. Fez uma segunda tentativa, ao tentar atacar António Costa e fez ainda uma referência indireta que todos perceberam sobre José Sócrates", explica.

Mas no ar ficaram várias dúvidas, segundo Louçã. Primeiro, o primeiro-ministro "pagou em fevereiro de 2015, uma conta de 1999 até 2004, quando em 2012 teve conhecimento". "Porque não terá pago Passos logo na altura?", questionou o comentador.

De seguida, remete para os valores que não batem certo. "O jornal Público incluiu uma reprodução de um documento que dava a dívida na ordem dos 7.500 euros. Passos diz que são 4 mil euros, as dívidas não batem certo. Além de que só pagou a dívida quando soube que ia aparecer nos jornais" e acrescenta que, acima de tudo, "é sua obrigação para pagar em nome de todo o esforço que a Segurança Social faz".

"Fica muito estranho. Confirmando que se inscreveu na Segurança Social como trabalhador independente, nessa altura já havia 17 anos em que o trabalhador já tinha de fazer estas contribuições. Ou a declaração do IRS não batia certo com a sua vida contributiva ou ficam explicações por dar", disse indignado.

Relativamente às declarações do ministro da tutela, Mota Soares, sobre os 107 mil portugueses que não foram notificados e por isso foram prejudicados, Francisco Louçã afirma que é estranho "quando o governo responde a esta questão, em que deve defender a Segurança Social, mas ainda os culpa".

"107 mil não tinham as contas em dia e a Segurança Social mandou uma carta, mas não mandou registada, é esse o erro. A Segurança Social não sabe se ele recebeu a carta, o único erro é este. Agora tratar como se a pessoa tivesse saído prejudicada?", questiona.

Relativamente às primeiras declarações de Pedro Passos Coelho sobre o desconhecimento da lei, o comentador frisa que "podia ter desconhecimento, mas não pode desconhecer. O problema é que ele era deputado quando as leis foram votadas. Isto depois torna-se um jogo político".

Um discurso de Passos dizia em 2012 que havia muitos cidadãos que deviam à Segurança Social e que não pagavam e que isso era gravissímo. Ao olhar para o discurso, o economista diz que "quando ele faz este discurso já sabia que devia, que não tinha pago. O discurso foi em 2012. Por uma dívida à Segurança Social que é menor do que a do primeiro-ministro, hoje, este governo ameaçava pessoas com uma pena até três anos de prisão", recorda.

Quanto a uma possível demissão, Louçã não acredita por ele ser protegido por Cavaco Silva, mas "não sendo esta falha exercida no decurso da atividade como primeiro-ministro, retira-lhe a sua autoridade como primeiro-ministro para responder às dificuldades da Seguraça Social, porque ele próprio foi o exemplo do que um cidadão não deve ser".

"Passos sai revelado não como um homem perfeito, mas como uma pessoa que foi tão leve com as suas obrigações que dificilmente pode pedir aos outros que cumpram", termina.

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