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"Já chega do tempo em que um ou alguns decidiam por todos"

“É altura de construir um novo tempo da sociedade portuguesa”, diz Santana Lopes, para quem após a queda do império BES é tempo de seguir em frente e “de incorporar, em absoluto, as lições do passado”.

"Já chega do tempo em que um ou alguns decidiam por todos"
Notícias ao Minuto

15:20 - 05/03/15 por Ana Lemos

Política Santana Lopes

“Ao mesmo tempo que vai decorrendo a comissão de inquérito ao que se passou no GES e, por consequência, também na PT, começa a desenhar-se a restruturação no setor financeiro português. É assim a vida, uns desaparecem e outros são produto de novas criações”.

Serve a declaração hoje escrita por Santana Lopes, no artigo que semanalmente assina no Jornal de Negócios, para comentar o que por lá se tem passado e dito e que prova que “os sistemas de poder que Portugal mais admirava ruíram que nem castelos de cartas”. E, “quando assim é, qualquer sociedade tem de assumir que um novo ciclo tem de incorporar, em absoluto, as lições do passado”, conclui o ex-primeiro-ministro.

Mas retomando a questão da comissão, “os depoimentos lá prestados mostram simultaneamente o fim de um mini-império de poder e, ao mesmo tempo, inacreditáveis ‘contos de crianças’”. Na opinião de Santana “é difícil de conceber” o tanto poder que “pode ser exercido todos os dias, por tanta gente que agora diz que não tinha quase poder nenhum”.

“Era como se o poder vagueasse no ar e todos os dias, fosse exercido, de forma majestática, sobre os cidadãos. Já ouvi vários [intervenientes na comissão] a dizer que estavam enganados, mas isso não chega. Há que tirar as ilações para o novo tempo que agora está a começar”, avisa, sublinhando “a importância que tem a banca no que é a economia do país” e, consequentemente, “na realidade das empresas”, “na vida das pessoas e das famílias”.

Será, portanto, “prudente ponderar, de novo, o tempo e o modo de venda do Novo Banco. (...) Não podemos assistir a tudo isso (...) como se fosse uma conversa só entre capitalistas e banqueiros”, escreve Santana, no artigo intitulado ‘Novos bancos’.

“Em vez de perdermos tempo com passados mais ou menos interessantes (...). Já chega do tempo em que tivemos um ou alguns a decidir por nós todos, a vender-nos ilusões, a fingir serem aquilo que não eram. É altura de construir um novo tempo da sociedade portuguesa, em que os senhores feudais e os vassalos desapareçam de uma vez por todos”, remata.

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