"Costa ou está calado ou tem de ser cuidadoso a dizer as coisas"
Em jeito de conselho, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que as declarações de António Costa sobre o investimento chinês não cairam bem e que para um futuro primeiro-ministro deveria saber que o Casino de Lisboa não é um local para se ter reuniões.
© Global Imagens
Política Marcelo Rebelo de Sousa
No seu espaço de comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre o vídeo que surgiu de António Costa, no Casino de Lisboa, a falar com investidores chineses,dizendo que Portugal está diferente devido ao contributo chinês. Mas, em destaque, teve também Pedro Passos Coelho e a notícia de que não tinha pago à Segurança Social.
“Que diabo. Para um futuro primeiro-ministro não diria que era o sítio ideal para se reunir com futuros investidores chineses. Quando se está numa reunião privada há 100 telemóveis que nos aguardam. Costa tem experiência suficiente e sabia que aquilo ia ser reproduzido”, afirma o comentador.
Para Marcelo, as declarações de António Costa foram mal vistas, uma vez que o discurso do líder do PS não é coerente. “Penso que não lhe saiu bem, havia várias maneiras de ele dizer o que disse. Se ele queria dizer que o investimento chinês é importante para Portugal, tinha de encontrar uma expressão que fosse coerente com a posição que tem marcado com o Governo”, afirma.
“Ao dizer que contribuíram para algo que converteu o país, está a dizer algo diferente, visto que tem dito que o país não está melhor, está pior. Ele tem de escolher estratégias, ou fala como um primeiro-ministro ou como um líder da oposição, ou não diz nada ou é cuidadoso a dizer as coisas”, aconselha.
O antigo líder do PSD continua com os conselhos a António Costa. “Se ele quer pensar já como primeiro-ministro então que reduza ao mínimo as suas promessas para não se contradizer. Porque depois desagrada os seus apoiantes, ao Partido Socialista. Ou tem a alternativa de ser líder da oposição e aí vai bater feio e forte”. garante. “Tem de evitar o ziguezaguear. Ele desta não escapa”, frisa.
Ainda sobre o que tem sido noticiado sobre Pedro Passos Coelho não ter pago a Segurança Social, o social-democrata diz não perceber a questão. "Sendo que trabalhava como trabalhador independente não teria de receber notificação para pagar o que devia. Depois surge a explicação de que mais pessoas tinham estado exatamente na mesma situação", ao que Marcelo Rebelo de Sousa questiona se estas pessoas não pagaram o que deviam.
Mas no meio de algumas incoerências, Marcelo aponta ainda o facto de se tratar de uma dívida prescrita. "Como é que se paga algo que já passou o prazo? Aparentemente pagou quando começou a investigação, já era primeiro-ministro há três anos. Como é que não houve investigação ao que estava ou não pago?”, questiona.
Relativamente à entrevista dada por Passos Coelho ao Expresso, o comentador afirma que o “PSD precisa de ir com o CDS para poder disputar uma vitória com o PS. Encurtou-se a distância, há um estímulo e isto é uma má notícia para o PS. Passos deve apostar na coligação”.
“Mas em Passos Coelho há sempre dois discursos. Ele devia apontar logo para a maioria absoluta, não deveria ter falado noutro cenário”, remata.
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