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Próximo Presidente "deveria ter papel mais interventivo"

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio defendeu segunda-feira que o próximo Presidente da República deveria ter um "papel mais interventivo", considerando não ser patriótico criar instabilidade na liderança estável de um partido no poder.

Próximo Presidente "deveria ter papel mais interventivo"
Notícias ao Minuto

06:29 - 10/02/15 por Lusa

Política Rui Rio

Rui Rio foi o convidado de segunda-feira do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, debate em que, frisando que estava apenas a falar como "comentador", afirmou que o próximo Presidente da República, "seja ele quem for", tem "um papel importante se for mais interventivo em sede da reforma do sistema político e da reforma da justiça".

"Deveria ter um papel mais interventivo do que aquilo que foi a tradição até hoje porque se nós vivemos num regime semipresidencial, ou seja, se o presidente tem uma legitimidade de voto direta é para a usar em situações limite. E eu acho que nós estamos numa situação limite, entre aspas, ou seja, de um descrédito perigoso", alertou.

O ex-presidente da Câmara do Porto eleito pelo PSD foi inúmeras vezes questionado sobre um eventual regresso à vida política e em que moldes este aconteceria, tendo numa dessas perguntas respondido que "quando um partido está no poder, particularmente em situação económica difícil, não é patriótico alguém vir criar instabilidade quando a estabilidade está criada".

"Só em circunstâncias absolutamente extraordinárias é que um partido que tem o seu presidente como primeiro-ministro deve criar instabilidade e criar-lhe dificuldades", sublinhou, acrescentando que "é sempre uma decisão de quem é primeiro-ministro, nunca é uma decisão dos outros, candidatar-se ou não se candidatar".

Na opinião de Rio, "tem de haver mesmo um esforço de consenso" para, no quadro atual em que o regime e a própria economia se encontra, "salvar a democracia", alertando para o perigo do "divórcio cada vez maior das pessoas com a política".

"É para salvar aquilo que é o pai dos próprios partidos ou a mãe dos próprios partidos. Eles são filhos deste regime e portanto têm a obrigação de tratar do pai e da mãe", observou.

Para o economista, os partidos políticos "têm a obrigação" de se entender quanto às reformas do sistema político, consenso que tem que ser encontrado em comunhão com a sociedade.

O social-democrata - que publicamente já afirmou que voltará à vida política se sentir "um desejo muito grande" das pessoas - explicou ainda que vai sentindo qual é a vontade sobre este eventual regresso.

"Posso sentir que as pessoas querem que eu volte à vida pública, que volte à vida pública para ser isto, ou para ser aquilo. Ou então pode haver muita gente que deseja isso mas que eu me aperceba que não é uma onda muito grande e eu tenho outra liberdade de dizer que não volto", antecipou.

Na opinião do ex-autarca "isto consegue-se apanhar e não é pelas sondagens", recordando, aliás, que em sondagens perde sempre.

"Eleições tenho ganho, mas nas sondagens sou mau", atirou.

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