"Não se iludam com a ideia de que o problema é só dos gregos"
No seu espaço de comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa comentou a situação grega, adiantando que não se trata de um problema apenas do país, mas de um problema europeu. O social-democrata referiu ainda que não há grandes razões para euforias face às reivindicações do Syriza em relação à renegociação da dívida.
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Política Marcelo Rebelo de Sousa
“Ao lado do problema grego há um problema europeu. Traduz-se nisto, e é bom que a direita portuguesa perceba: a austeridade não é um fim, é um meio. É um meio para se crescer e para se criarem melhores condições para as pessoas e a Europa não está a crescer, a Europa está em deflação”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, este domingo, no seu habitual comentário na TVI.
O comentador alertava para a euforia que se gerou com as reivindicações do recém-eleito Syriza, no sentido de lutar contra as imposições da troika. “Não se iludam com a ideia de que aquilo são os gregos, são como são e têm um problema e que no resto da Europa não há problemas. Há um problema europeu”, sustentou o comentador.
“Não há razões nem para as grandes euforias da esquerda, nem para começar a berrar que a vacina aí está e vai ter resultados”, garantiu o social-democrata, acrescentando que “o que é facto é que a Grécia está muito endividada, quer encontrar uma solução para a dívida mas talvez não seja boa política começar a tomar políticas que só vão criar dívida. Ainda não resolveu um problema e pode estar a criar outro”.
Rebelo de Sousa adiantou que o Syriza “tem que ter a noção de que tem que haver alguma negociação possível com a Europa” visto que “o problema não é quem manda em Bruxelas ou quem manda nos governos europeus, o problema são os eleitorados dos outros países aceitarem” as condições por eles reivindicadas.
Neste sentido, o professor defende que é necessário “bom senso da parte da Europa, espaço negocial e realismo da parte dos gregos”.
“Tem que haver da parte da Europa como da parte do governo grego capacidade para o diálogo, mas um diálogo realista”, rematou.
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