Passos não pode dizer outra coisa e eu percebo, diz Bessa
O ex-ministro de Economia Daniel Bessa comentou, em entrevista à Rádio Renascença, a afirmação que Passos Coelho fez no Parlamento no sentido de não apoiar a iniciativa do novo governo grego no que toca a uma possível renegociação de dívida. Para Bessa, o líder social-democrata não pode dizer outra coisa, mas sublinha que também Sócrates disse, um dia, que não precisava de ajuda.
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Política Dívidas
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou na passada sexta-feira que não apoiará a iniciativa do novo governo grego para a realização de uma conferência europeia para a renegociação da dívida, depois de confrontado pela porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
"Não estarei do lado de nenhuma conferência que seja para perdoar a dívida ou reestruturar a dívida à custa dos povos europeus. Isso é claro, muito claro", declarou, no Parlamento, o chefe do Governo português.
Daniel Bessa, diretor geral da COTEC Portugal e ex-ministro de Economia, garantiu, em entrevista à Rádio Renascença, que Passos tem que fazer essa afirmação mas não acredita que se verifique.
“Percebo que o primeiro-ministro não possa dizer outra coisa. Mas todos os devedores dizem que a sua dívida é pagável até ao dia em que atiram a toalha ao chão”, declarou, acrescentando, a título comparativo, que “Sócrates disse que não precisava de ajuda até que o Prof. Fernando Teixeira dos Santos pôs a nu que não se podia poder continuar a dizer a mesma coisa”.
“Isto para dizer o seguinte e o primeiro-ministro não vai ficar zangado: ele não pode dizer outra coisa. Eu quando não posso dizer outra coisa procuro não a dizer. Se não posso para que a vou dizer? Não sei se me faço entender. Acho que é o que pode dizer e logo se verá se é pagável ou não. Dependerá de múltiplas condições”, sustentou.
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