Costa contra modelo de duplicar porta-vozes do PS
O secretário-geral do PS recusou hoje um modelo "esquizofrénico" de duplicação de porta-vozes do seu partido para áreas setoriais, considerando que sempre deu mau resultado quando existiu um PS na sede nacional e outro no parlamento.
© LUSA
Política Secretário-geral
António Costa falava aos jornalistas após ter participado na reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS, cuja presença que não foi anunciada publicamente e que antecede a reunião desta noite da Comissão Política Nacional, a primeira deste órgão eleito no congresso de novembro passado.
Perante os deputados do PS, António Costa recusou um modelo de duplicação de porta-vozes no seu partido (tal como existia na liderança anterior de António José Seguro), contrariando assim uma tese interna de que o Secretariado Nacional, o órgão de direção restrita dos socialistas, deveria ter protagonistas específicos para cada área do Governo.
No final da reunião, que durou cerca de 80 minutos, o líder socialista apresentou qual o modelo de coordenação que defende entre a direção nacional do seu partido e a liderança parlamentar.
"Tomámos a decisão de não replicar na direção nacional aquilo que é o conjunto de porta-vozes existentes no Grupo parlamentar do PS. Os porta-vozes do Grupo Parlamentar são os porta-vozes do PS", acentuou, tendo ao seu lado o presidente da bancada socialista, Ferro Rodrigues.
Mas o secretário-geral do PS foi ainda mais longe, dizendo que a sua direção "não tem essa lógica esquizofrénica de que há o partido e há o Grupo Parlamentar".
"O Grupo Parlamentar do PS é uma instância do PS e exprime as posições do partido. Como sabem, no passado, sempre que a direção nacional quis criar porta-vozes paralelos aos do Grupo Parlamentar, mais tarde ou mais cedo isso contribuiu para a felicidade do jornalismo político, detetando as divergências entre o porta-voz 'do Rato' e o porta-voz do Grupo Parlamentar", declarou António Costa, numa nota de humor.
Interrogado se, na reunião, houve apelos de deputados do PS para que o partido tivesse uma intervenção mais incisiva, António Costa respondeu com um "não".
"Debatemos a posição do PS perante os últimos dados da evolução na Europa e as posições que devemos adotar nesse sentido para prosseguir a atividade de oposição e de construção da alternativa", afirmou.
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