Foi há cerca de um mês, dia 22 de novembro, que António Costa foi eleito secretário-geral do PS. Precisamente um dia depois da detenção de Sócrates, o que viria a tornar a sua eleição praticamente secundária. Ficou a partir daqui patente que os seus primeiros tempos na liderança socialista não seriam fáceis e que teria que se esforçar por convencer os militantes a separar a política da amizade.
O líder socialista tentou demarcar-se de Sócrates, mas ficou prometido que não deixaria de visitar o ex-primeiro-ministro em Évora perto do Natal. Com a data a aproximar-se, vários dirigentes socialistas afirmam que está na hora de Costa passar das palavras às ações e que os portugueses saberão fazer a distinção.
“Sendo amigo pessoal, fica bem visitá-lo. O povo português reconhece que foi ver um amigo”, defende Vítor Ramalho, acrescentando que o facto de já outras pessoas terem ido visitar Sócrates antes de António Costa não tem importância pois “os amigos não se medem por ordem de visita”.
Também Álvaro Beleza recorda que o “mais importante na vida são a família e os amigos” e que “como socialista só lhe fica bem ser solidário com os nossos”.
O politólogo Carlos Jalali eclarece, à mesma publicação, que nem o CDS nem o PSD irão explorar a sua visita para o confronto politólogo.
A ajudar Costa está a forma como este tem conseguido separar as águas. Ferro Rodrigues refere que apesar de ter sido um primeiro mês muito difícil, a gestão do caso foi “muito boa”, porque, refere o Diário de Notícias, que o secretário-geral do PS teve uma postura cautelosa.