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PS fala em "reencontro histórico" PSD/PCP

O PS considerou hoje que o debate da dívida permitiu um "reencontro histórico" PSD/PCP contra os socialistas, num debate em que o CDS recorreu à cantora Ruth Marlene para caraterizar o PS como um partido "pisca pisca".

PS fala em "reencontro histórico" PSD/PCP
Notícias ao Minuto

13:09 - 19/12/14 por Lusa

Política Vieira da Silva

Falando no encerramento do debate sobre a sustentabilidade da dívida de Portugal, na Assembleia da República, o ex-ministro socialista Vieira da Silva pronunciou-se em tom crítico sobre um episódio registado momentos antes no hemiciclo, quando a bancada do PSD aplaudiu a intervenção do deputado do PCP Paulo Sá, que se referira ao "nim" do PS perante as soluções para o peso do envidamento do país.

"Mais uma vez assistimos aqui, no parlamento, a um reencontro histórico com o PSD a bater palmas ao PCP. Tanto PSD, como o PCP, têm interesse em sustentar que só há duas posições possíveis para a dívida, mas é mentira. Não há apenas a denúncia unilateral que empurraria o país para fora da zona euro, nem apenas a posição de subserviência da maioria PSD/CDS face aos poderes fáticos da União Europeia e de recusa de resposta aos interesses nacionais", declarou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Na reação a estas palavras, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, afirmou que Vieira da Silva se "enganou no alvo", porque "o problema não são os aplausos circunstanciais do PSD" a intervenções provenientes da bancada comunista.

"O problema reside nos votos contra do PS face a posições a favor da renegociação da dívida. Esses votos contra do PS são contrários a uma efetiva política de esquerda em Portugal", respondeu João Oliveira.

Além do PCP, o posicionamento do PS no debate sobre a sustentabilidade da dívida foi ainda criticado pela maioria PSD/CDS e pelo Bloco de Esquerda.

Pela parte do CDS, a deputada Cecília Meireles recorreu a um êxito musical de Ruth Marlene e acusou o PS de ser o partido "do pisca pisca", procurando agradar simultaneamente aos "radicais de esquerda que defendem o não pagamento da dívida e aos setores mais responsáveis do país".

"Mas os senhores julgam que enganam os portugueses?", perguntou Cecília Meireles dirigindo-se à bancada do PS.

No mesmo sentido, o secretário-geral do PSD, Matos Rosa, disse que o debate sobre a dívida permitiu recordar o "ano negro de 2011, quando um Governo do PS chamou as instituições internacionais num momento em que o país se encontrava à beira da bancarrota".

"O PS quer ou não que Portugal pague o dinheiro que pediu emprestado? Não sabemos. O PS espera agora um perdão internacional caído do céu? Também não sabemos", concluiu José Matos Rosa.

Embora com argumentos diferentes da maioria PSD/CDS, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua considerou que a posição do PS sobre a dívida representa em última análise "um pedido de esmola" à União Europeia.

Mas Mariana Mortágua também questionou o conceito de desorçamentação da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

"Diz que a capitalização do Banfif não conta para o défice, mas já conta para o défice os investimentos públicos fundamentais e os subsídios de desemprego", apontou, sustentando depois a tese de que a dívida aumentou em Portugal por via da "especulação financeira e dos desagravamentos de impostos a favor do capital" e não por via do peso dos serviços públicos.

A deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" Heloísa Apolónia defendeu a renegociação da dívida, frisando que este ano Portugal pagará mais de sete mil milhões de euros em juros, verba que sobe para 8,2 mil milhões em 2015.

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