PCP "frontalmente contra" requisição civil na TAP
O PCP manifestou-se hoje "frontalmente contra" a requisição civil dos trabalhadores da TAP decretada pelo Governo para minimizar o impacto da greve na companhia, considerando que se trata de um "condicionamento inaceitável num ambiente de autoritarismo".
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Política Greve
"O PCP quer afirmar com toda a clareza que é contra a requisição civil decretada hoje pelo Governo", afirmou o deputado do PCP Bruno Dias, em declarações aos jornalistas no parlamento, a propósito da aprovação por parte do executivo de maioria PSD/CDS-PP da requisição civil dos trabalhadores da TAP para minimizar o impacto da greve de quatro dias, entre 27 e 30 de dezembro, convocada por 12 sindicatos para contestar o relançamento da privatização da companhia aérea.
Falando em "condicionamento inaceitável num ambiente de autoritarismo relativamente a uma medida dos trabalhadores que é perfeitamente legítima", o deputado comunista insistiu que o seu partido é "frontalmente contra" esta decisão "antidemocrática e demagógica".
"O Governo decide agora avançar para a privatização, mas também decide que não pode ser agora que os trabalhadores respondem a essa decisão?", questionou Bruno Dias, responsabilizando o próprio executivo de ter provocado a situação atual.
Pois, referiu, se o Governo estivesse mesmo preocupado com o "caráter vital desta companhia de bandeira" travaria o processo de privatização.
Além disso, interrogou, a justificação avançada pelo Governo para a requisição civil de que a TAP tem uma importância estratégica não será também uma razão que justificaria o cancelamento do processo de privatização.
"Ou a TAP só vai ser importante naqueles quatro dias?", questionou.
Segundo o ministro da Economia, a requisição civil aprovada abrange cerca de 70% dos trabalhadores da TAP, permitindo realizar todos os 1.141 voos previstos para os quatro dias da greve - dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro.
A requisição civil compreende o conjunto de medidas determinadas pelo Governo destinadas a assegurar o regular funcionamento de serviços essenciais e de interesse público ou de setores vitais da economia nacional.
Os 12 sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP convocaram uma greve de quatro dias, entre o Natal e o Ano Novo, para contestar o relançamento da privatização da companhia, decidida em novembro, tendo solicitado a suspensão do processo até estar concluído um conjunto de negociações para salvaguardar os direitos dos trabalhadores.
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