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Costa quer unir partido e separar a prisão de Sócrates

O novo secretário-geral do PS, António Costa, parte este sábado para o congresso com os objetivos de consolidar a unidade partidária, definir uma estratégia alternativa ao Governo e deixar de fora a prisão do ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Costa quer unir partido e separar a prisão de Sócrates
Notícias ao Minuto

18:25 - 28/11/14 por Lusa

Política PS

Após derrotar o anterior líder, António José Seguro, com cerca de 70 por cento dos votos em eleições primárias e de ter sido eleito secretário-geral do PS sem oposição, António Costa chega ao XX Congresso Nacional do PS, entre sábado e domingo, em Lisboa, com o primeiro objetivo de consolidar a unidade interna, a menos de um ano de eleições legislativas.

Durante os dois dias de congresso, António Costa fará dois discursos de fundo: O primeiro ao fim da manhã de sábado na apresentação da sua moção de estratégia; e o segundo na sessão de encerramento, sendo que este, em termos de conteúdo, é tradicionalmente dedicado quase na íntegra às questões políticas nacionais mais relevantes.

De fora das intervenções de Costa estará quase seguramente o caso da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates - um tema que quase todos os responsáveis socialistas querem afastado do congresso.

Na manhã do sábado passado, no dia seguinte à detenção de José Sócrates, António Costa enviou logo uma mensagem aos militantes socialistas, pedindo-lhes para separarem o seu sentimento de solidariedade em relação ao ex-líder partidário da ação política do PS, tendo ainda salientado o respeito pela plena independência da justiça.

Perante questões dos jornalistas sobre a evolução do caso judicial com José Sócrates, o novo líder socialista, durante a última semana, falou mais duas vezes sobre o tema, mas sempre na mesma linha de separação entre política/partido e justiça.

Em termos estratégicos, o secretário-geral do PS definiu como fasquia a obtenção de uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, embora fizesse acompanhar essa meta de uma promessa de diálogo e de concertação com outras forças políticas e representantes de setores sociais.

Nesse sentido, é significativo em termos de simbolismo político o convite feito para que o Partido Livre do ex-eurodeputado Rui Tavares - que se formou antes das eleições europeias e, como tal, não tem representação parlamentar - esteja presente na sessão de encerramento do congresso no Parque de Exposições da Feira Industrial de Lisboa (FIL).

Outra inovação introduzida pela equipa de Costa é o convite formulado a um conjunto de independentes para subir à tribuna de oradores do congresso, evento sempre reservado a militantes.

Nesse conjunto de oradores figura o constitucionalista Jorge Reis Novais e o ex-reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, este último apontado como potencial presidenciável caso o ex-primeiro-ministro e atual alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, não queira candidatar-se a Presidente da República nas eleições de 2016.

No primeiro dia, sábado, o congresso abre com a eleição por voto secreto do único candidato a presidente do PS, o ex-líder do Governo Regional dos Açores Carlos César, que sucederá neste cargo à ex-ministra Maria de Belém Roseira.

Num congresso que elegeu mais de 1700 delegados, aos quais se somam 125 que possuem inerência com direito a voto - e que por razões de ordem financeira foi encurtado de três para dois dias -, a votação da moção de estratégia acontecerá no sábado de noite, sendo a parte da tarde totalmente dedicada à discussão do documento.

Em relação a listas, salvo uma surpresa de última hora, tudo indica que no domingo que haverá apenas uma para a Comissão Nacional (o órgão máximo partidário entre congressos), depois de um acordo feito com os "seguristas", em que estes têm direito a preencher cerca de 30 por cento do total de nomes - uma percentagem que corresponde ao peso eleitoral que António José Seguro teve nas eleições primárias de 28 de setembro.

Ao contrário do habitual, em que os órgãos de direção eram eleitos uma ou duas semanas depois do congresso, desta vez a Comissão Nacional do PS reúne-se imediatamente após a sua eleição para votar as listas para os órgãos de direção, Comissão Política e Secretariado.

"António Costa quer acabar rapidamente com a situação de autogestão dos órgãos do PS", justificou à agência Lusa um dos principais elementos da equipa política do novo secretário-geral.

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