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Costa pede para respeitarem pedido do ex-primeiro-ministro

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou hoje que os socialistas devem "respeitar o pedido" do ex-primeiro-ministro José Sócrates para que separem a política da Justiça e este possa exercer o seu direito de defesa.

Costa pede para respeitarem pedido do ex-primeiro-ministro
Notícias ao Minuto

20:18 - 27/11/14 por Lusa

Política Sócrates

"Eu, sobre essa matéria, já disse tudo e acho que devemos não só respeitar o tempo da Justiça como respeitar também o próprio pedido que o engenheiro José Sócrates fez hoje para que a política se aparte do processo, de forma que a Justiça funcione e ele possa exercer o seu direito de defesa", afirmou António Costa.

O líder socialista e presidente da Câmara Municipal de Lisboa falava à saída da sessão de apresentação do último livro de Mário Soares, "Cartas e intervenções políticas no exílio", no Centro Cultural de Belém, depois de interrogado pelos jornalistas sobre as declarações de Mário Soares e a carta de José Sócrates, divulgada na quarta-feira.

"Creio que já disse que não vou estar a comentar este caso e acho que temos de respeitar não só o tempo da Justiça como respeitar também a própria vontade do próprio engenheiro José Sócrates", respondeu António Costa, perante a insistência dos jornalistas.

Questionado sobre as suas escolhas para os órgãos nacionais do PS, respondeu: "Está praticamente concluído".

Numa carta enviada ao jornal Pública e à TSF, divulgada na noite de quarta-feira, o ex-primeiro-ministro José Sócrates apelou ao PS para não se envolver no processo judicial em que está indiciado pela prática dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.

O ex-primeiro ministro José Sócrates foi detido sexta-feira, no aeroporto de Lisboa, de regresso de Paris, tendo sido transportado de imediato para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), onde lhe foi comunicado que estava indiciado dos crimes de branqueamento de capitais, corrupção e fraude fiscal qualificada.

Com os mesmos crimes, Carlos Santos Silva, amigo de longa data de José Sócrates, e o advogado Gonçalo Trindade Ferreira também foram detidos na quinta-feira. Igualmente detido nesse mesmo dia, o motorista de Sócrates, João Perna, está indiciado de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.

Na segunda-feira, foi aplicada a prisão preventiva a Sócrates, Perna e Santos Silva.

"Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia", salientou Sócrates.

Já a antiga eurodeputada socialista Edite Estrela afirmou que "este é um momento muito doloroso para os amigos de José Sócrates, para os socialistas e para milhares de portugueses", adiantando que irá visitar à prisão o antigo chefe do Governo, mas considerou que o PS deve concentrar-se na ação política.

"Como amiga de longa data envio-lhe a minha solidariedade e reitero a minha amizade, mas não posso deixar de me rever nas palavras de António Costa, o PS tem de se concentrar naquilo que é o seu objetivo e a sua responsabilidade para com os portugueses", afirmou.

Sobre as declarações de Mário Soares, que na quarta-feira considerou que Sócrates é vítima de "uma infâmia", Edite Estrela preferiu não fazer comentários.

"Eu tenho uma enorme admiração pelo doutor Mário Soares, ele é uma figura ímpar do Portugal democrático, não gostaria de acrescentar mais ruído comunicacional, tem havido excesso de ruído e falta de informação", declarou a ex-dirigente socialista.

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