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Comunistas dizem que "ninguém acredita no fim da crise"

O Bloco de Esquerda instou hoje o primeiro-ministro a explicar como funcionarão os "tetos" a estabelecer nas prestações sociais, enquanto o PCP advertiu que "ninguém acredita no fim da crise" e que há mais portugueses em risco de pobreza.

Comunistas dizem que "ninguém acredita no fim da crise"
Notícias ao Minuto

15:43 - 30/10/14 por Lusa

Política OE2015

"A proposta de lei não refere como vão aplicar este teto. Onde e a quem se dirige?", questionou a deputada do BE Mariana Aiveca, acusando o Governo de prosseguir uma "monumental mentira do teto moral" e continuar assim "o empobrecimento".

Passos Coelho não explicou como funcionará na prática a introdução de um "teto" nas prestações sociais, reiterando a "a questão de princípio".

"O Estado não tem uma noção de qual é, em termos consolidados, o cúmulo das transferências que faz para cada agregado, e precisa de ter", afirmou, considerando "moralmente defensável" que a soma das prestações auferidas pelas famílias delas necessitadas "não seja superior ao esforço daqueles que pagam os seus impostos".

Passos Coelho deu como exemplo uma família que ganha "800 euros por mês" e que paga os seus impostos.

"Eu considero terrorismo social (...) termos evidentemente agregados que recebem, em cúmulo, mais do que os rendimentos dos que pagam impostos", disse.

No final da manhã de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2015, o deputado do PCP António Filipe confrontou igualmente Passos Coelho com os números da pobreza em Portugal, afirmando que o Governo ignorou no debate os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais "o risco de pobreza afeta um quarto da população".

Para António Filipe, o discurso de "crescimento" do Governo "não tem qualquer relação com o país": "Os senhores sabem disso. A maioria também sabe, aplaudem veementemente mas tem o pânico estampado no rosto. Não há ninguém neste país que acredite no fim da crise", declarou.

Passos Coelho recusou a ideia de que o Governo "decretou o fim da crise": "a crise ainda não acabou. Eu nunca disse isso. O que nós temos é a economia a crescer, e o desemprego a diminuir", contrapôs.

Na bancada do PSD, a deputada Mónica Ferro defendeu que o orçamento para o setor da Defesa "assegura a operacionalidade das Forças Armadas e a manutenção das operações que lhes estão atribuídas", representando uma "nova abordagem qualitativa".

Segundo a deputada, o governo e a maioria PSD/CDS-PP "tem obra para mostrar" e declarou que a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo "são disso exemplo", perante os protestos da oposição.

No debate, a deputada do PEV Heloísa Apolónia criticou a anunciada introdução de uma "fiscalidade verde", considerando que a maioria PSD/CDS-PP não está "minimamente preocupada com alterações comportamentais", mas sim "em sacar dinheiro, mais 150 milhões de euros".

Por seu lado, o socialista Pedro Delgado Alves referiu "um cenário de devastação de um setor estratégico" como o ensino superior e a investigação em Portugal".

"A atitude do PS, nos últimos três anos, foi `fechamo-nos num quarto escuro e esperamos o passar da crise´", contrariou o deputado social-democrata António Rodrigues, elogiando o esforço do executivo de Passos Coelho, que disse estar "ao serviço dos portugueses e de nenhuns outros interesses", para recuperar o país e a sua credibilidade.

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