Na sua habitual coluna de opinião no DN, esta terça-feira com o título “Um péssimo Orçamento”, Mário Soares lembra que ninguém, “à excepção do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e dos seus secretários de Estado, que nele trabalharam”, elogia o Orçamento do Estado para o próximo ano, que o Presidente da República deverá promulgar e depois pedir a fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional.
“Não creio que seja uma boa solução. Trata-se de dar ao Governo um balão de oxigénio por mais algum tempo, durante o qual fará grandes estragos no País e no Estado, que serão irreparáveis”, escreve Soares, destacando “as vendas por qualquer preço da TAP, da televisão, da ANA”.
A juntar a isto, acrescenta o conselheiro de Estado, “tudo o mais que o ministro Relvas invente, para nos arruinar como nação. Por isso anda de novo tão sorridente e seguro de si, apesar de dizerem que é um falso doutor”.
“De quê? Ninguém sabe ao certo, mas que manda, manda, graças ao apoio permanente do primeiro-ministro”, remata Soares.
No artigo, o histórico socialista recupera também as críticas ao ministro dos Negócios Estrangeiros, por este ter invocado “o interesse nacional” para votar favorável o Orçamento, e considera que “Passos Coelho deve ter-se rido muito” com o aviso de Paulo Portas para que o primeiro-ministro ouça mais o CDS-PP, “e menos o ministro das Finanças, relativamente ao Orçamento do Estado para 2014”.