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"Os Verdes nunca foram a votos, nem têm uma política exclusiva"

O PSD admitiu hoje alterações ao regimento da Assembleia da República, para adequar o funcionamento do parlamento à representação da vontade popular expressa nas eleições, numa referência ao facto de Os Verdes constituírem uma bancada autónoma.

"Os Verdes nunca foram a votos, nem têm uma política exclusiva"
Notícias ao Minuto

17:49 - 23/10/14 por Lusa

Política PSD

O facto de o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) nunca se ter apresentado a eleições numa lista autónoma, mas sempre em coligação com o PCP, e na Assembleia da República os dois partidos constituírem dois grupos parlamentares distintos, entrou no 'debate' parlamentar quando o deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira respondia a uma pergunta do deputado do PEV José Luís Ferreira.

"Os Verdes nunca foram a votos, nem têm uma política exclusiva", disse o deputado social-democrata, fazendo ainda referência ao facto de durante a intervenção de José Luís Ferreira ter sido o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, a "dar a tática".

De imediato, João Oliveira pediu a palavra, para defender a honra da bancada do PCP, falando na falta de "sanidade mental" que se começava a verificar na bancada do PSD.

Numa interpelação à mesa, a expressão foi repudiada pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que considerou que falar em "sanidade mental é uma vergonha".

"É uma evidência que os Verdes nunca se apresentaram a eleições de forma autónoma, aquilo que fazem aqui no parlamento é uma fraude àquilo que é a representatividade parlamentar", disse Luís Montenegro.

Pois, continuou, o PCP e Os Verdes representam uma vontade popular inferior à bancada do CDS-PP, mas "têm mais tempo, mais capacidade de iniciativa parlamentar" e podem utilizar todos os instrumentos parlamentares "a dobrar".

Reconhecendo que a situação tem a "anuência de todas as bancadas parlamentares", o líder da bancada do PSD disse que talvez seja altura de fazer uma reflexão sobre a matéria.

"Talvez o episódio de hoje nos deva forçar a fazer esta reflexão e tomarmos decisões condizentes a adequar o funcionamento da Assembleia da República com a representação da vontade popular", defendeu.

Na resposta, o deputado do PEV José Luís Ferreira lembrou que o seu partido sempre concorreu a eleições "dentro da lei" e acrescentou: "Meta uma coisa nessa cabecita, não é o senhor deputado que decide a forma como 'Os Verdes' participam nas eleições".

Corroborando a posição da bancada do PSD, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, disse estar disponível para discutir em sede de conferência de líderes "se, a reboque de alguma tolerância, se estará a reverter as regras representação democrática".

A linguagem utilizada durante este 'episódio' mereceu igualmente um reparo de Nuno Magalhães que, dirigindo-se à bancada do PCP, afirmou que "não será uma minoria de 14 deputados que utilizam expressões arruaceiras que atirarão os outros deputados para a lama".

A concluir a discussão, a presidente da Assembleia da República reconheceu a validade dos argumentos do deputado Nuno Magalhães em relação aos excessos de linguagem, mas sublinhou que não cabe à mesa fazer uma interferência constante à oratória dos parlamentares.

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