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Governo devia seguir exemplo do secretário de Estado, diz o PCP

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que o Governo PSD/CDS devia seguir o exemplo do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, e apresentar a demissão.

Governo devia seguir exemplo do secretário de Estado, diz o PCP
Notícias ao Minuto

06:14 - 18/10/14 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

"Hoje [sexta-feira] demitiu-se o Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário invocando razões de ética e razões pessoais. São desculpas esfarrapadas", disse o líder comunista, depois de considerar que o "ano letivo está comprometido, com milhares de alunos sem aulas e milhares de professores por colocar".

"À falta da demissão do ministro foi-se o Secretário de Estado por razões políticas que são óbvias. Mas o que era bom era que o resto do Governo seguisse o exemplo deste Secretário de Estado, que se fossem embora e deixasse o país em paz", disse o dirigente comunista num comício em Alcácer do Sal.

As críticas do líder comunista ao Governo estenderam-se a outros setores da governação, nomeadamente à saúde, justiça e segurança social, bem como às questões económicas, às prioridades definidas no Orçamento do Estado para 2015 e à "proposta de devolução da sobretaxa do IRS em 2016".

"[No Orçamento de Estado para 2015], apresentaram aquela solução mirabolante da possibilidade de devolução da sobretaxa do IRS em 2016, se a receita do IVA e do IRS for superior ao orçamentado", lembrou Jerónimo de Sousa, deixando claro que, na perspetiva do PCP, é uma proposta quase impossível de concretizar.

"É uma solução que é um embuste, porque a receita prevista para o próximo ano para aqueles dois impostos é superior em 1.000 milhões de euros à receita prevista para este ano e, portanto, difícil de atingir", justificou.

"O que esta solução revela é a natureza de classe desta política ao serviço dos grandes senhores do dinheiro: para o trabalho fica a promessa da devolução de dinheiro - e depois logo se vê; para o capital o cumprimento imediato da baixa do imposto (IRC), mais privatizações, novos encargos com o PPP (Parcerias Público-Privadas), que atingirão no próximo ano quase 1.400 milhões de euros", acrescentou.

Jerónimo de Sousa referiu ainda o contraste entre duas medidas concretas do OE para 2015, designadamente o "corte de 100 milhões de euros nas prestações sociais e o aumento da contribuição extraordinária da banca para apenas 30 milhões de euros", salientando, desde logo, que o dinheiro da contribuição extraordinária da banca irá para o Fundo de Resolução da própria banca.

"A banca desconta para a banca, ficando tudo em casa", disse.

Perante duas centenas de apoiantes no comício realizado na sexta-feira no Auditório Municipal de Alcácer do Sal, o dirigente comunista reafirmou também a ideia de que será muito difícil um eventual entendimento futuro do PCP com o PS.

"Quando vemos o PS a subscrever o Tratado Orçamental, quando vemos o PS, em tudo o que é estruturante, a votar ao lado da direita, como é que é possível fazer um acordo", disse.

"Nós defendemos a rotura e a mudança, não a continuação desta política de direita, que o PS também defende no essencial", acrescentou Jerónimo de Sousa.

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