Ao dizer que tirará consequências no caso de o Ministério Público detetar “algum ilícito” no cumprimento do seu mandato de deputado ente 1995 e 1999, o primeiro-ministro “anunciou que se demitiria”. Quem o disse foi Augusto Santos Silva, no seu espaço de comentário na TVI24.
“Tirar consequências de um eventual apuramento ilícito por parte do Ministério Público na boca do primeiro-ministro só pode querer dizer: ‘Demito-me’”, garantiu o antigo ministro socialista.
No entender do sociólogo e professor universitário, o ‘empurrar’ de responsabilidade no que toca a esclarecer o que, de facto, aconteceu “não é uma solução” para este caso.
“O problema está a avolumar-se porque Passos Coelho não quer cortar cerce. Ele não tem respondendo diretamente à pergunta, o que dá a ideia de que não quer vir a ser acusado, no futuro, de ter mentido”, explicou o comentador.
“Já vi processos de decapitação moral de outras pessoas nestas circunstâncias. Há sempre muita poeira no ar. A fuga para a frente ou para o lado é que me parece minar as condições do exercício do cargo por parte de um primeiro-ministro”, acrescentou.