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"Se tivesses tido um décimo desta agressividade, Governo caía"

?Não ajudes a direita, não ajudes o Governo?. ?Eu não te fiz nenhum ataque pessoal?. ?Não recebo nenhuma lição de moral tua?. Estas foram algumas das mais fortes críticas que surgiram, da boca de António José Seguro, no último debate que antecede as eleições primárias. Por sua vez, António Costa não hesitou em afirmar: ?Já me chamaste tudo. Não te enerves, (...) quem insulta e cede ao populismo não pode ser secretário-geral do PS?.

"Se tivesses tido um décimo desta agressividade, Governo caía"
Notícias ao Minuto

22:46 - 23/09/14 por Goreti Pera

Política Costa

Reagindo às críticas a uma das suas bandeiras para as eleições primárias, a proposta de redução do número de deputados na Assembleia da República, António José Seguro afirmou, no debate transmitido na RTP, que “para os que estão instalados, nunca é uma boa altura para fazer mudanças”.

De forma diferente pensa o seu opositor, António Costa, que considera a proposta “má” e que a encara como uma “desonra para o PS”, nomeadamente pela “oportunidade, ao ser apresentada a um ano de eleições” legislativas.

“Foi uma ideia que surgiu agora, em situação de desespero. Seguro cedeu à tentação populista”, atirou Costa, acrescentando que “este hábito de querer ganhar as coisas na secretaria é um mau hábito dentro do partido e é inadmissível”.

“Não ajudes a direita, não ajudes o Governo. Mais uma vez, recorres aos argumentos do Governo para atacar o PS”, aconselhou o atual líder socialista, quando confrontado com as insinuações de Costa em relação ao papel do PS, nos últimos três anos, enquanto partido da oposição.

Já no que toca à reorganização administrativa levada a cabo pelo Executivo liderado por Pedro Passos Coelho, António Costa lançou fortes farpas ao seu adversário, acusando-o de nada ter feito para o impedir. “Não apresentaste proposta alguma e deixaste o campo livre para o Governo fazer o que bem entendeu. Por isso, fez o disparate que fez”, frisou.

A discussão adensou-se, uma vez mais, no momento em que António José Seguro debateu outra das suas propostas para os próximos anos e que passa por separar a política dos negócios.

“Há um partido invisível na sociedade portuguesa que corresponde a interesses fáticos: considero que pessoas que no PS estão associadas a esses interesses apoiam António Costa”, disse Seguro, dando o exemplo de “Nuno Godinho de Matos, fundador do PS e até há bem pouco tempo administrador do BES, (…) por razões políticas”.

Costa responde a Seguro: “Se tivesses tido um décimo da agressividade que tens contra mim na oposição a este Governo, este Governo já tinha caído. O teu problema é que tu tratas como traidores e como inimigos os teus camaradas e não foste capaz de fazer frente ao Governo em nada”.

“O que acabaste de fazer aqui é uma coisa muito feia. É andar a atacar-me a mim em função do que fazem os meus apoiantes”, realçou, questionando: “Mas tu achas que tens o direito de diabolizar o universo de milhares de militantes e simpatizantes que me apoiam? Tu achas que o Mário Soares e o Jorge Sampaio me apoiam por causa dos negócios? Tu falas muito, mas o quê que tu já fizeste de concreto na vida para combater a corrupção?”, realçou Costa.

“Eu não te fiz nenhum ataque pessoal. Não recebo nenhuma lição de moral tua” foram as últimas expressões que se ouviram da boca de António José Seguro, direcionadas ao seu opositor. “Mas fazia-te falta. (…) Já me chamaste tudo. Não te enerves”, rematou António Costa.

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