Privatização de capital detido pelo Estado nos CTT é "inaceitável"
O Bloco de Esquerda (BE) disse hoje ser "inaceitável" o Estado querer privatizar o capital que ainda detém nos CTT, declarando que a experiência recente demonstra uma degradação da qualidade do serviço.
© Global Imagens
Política Catarina Martins
"Os correios são um serviço público por natureza. A privatização dos correios, até agora, mostrou nestes sete meses uma degradação da qualidade do serviço que as populações sentem. O Estado vender o que resta, a participação de mais 30% neste momento, é algo que ninguém pode compreender, é perigoso e é mesmo inaceitável", declarou a coordenadora bloquista Catarina Martins.
A dirigente do Bloco falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, no final de uma reunião com uma delegação da comissão de trabalhadores dos CTT.
Em junho, o Governo aprovou a privatização do capital que ainda detém nos CTT (31,5%), operação que deverá ocorrer através de venda direta institucional como "modalidade autónoma", a realizar via sindicato bancário ou por dispersão direta junto dos investidores.
Para o Bloco, setores estratégicos "essenciais" na economia portuguesa "não podem ser geridos por privados", e "os correios são um serviço assim".
"É particularmente grave que neste contexto o Governo (...) queira agora aprofundar o erro retirando qualquer participação do Estado [no capital dos CTT]", declarou Catarina Martins.
O Bloco foi também informado pelos trabalhadores da proposta feita pela administração dos CTT para o novo Acordo de Empresa (AE), que o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) considerou já "uma vergonha".
Na semana passada, os CTT - Correios de Portugal denunciaram o AE, tendo enviado uma nova proposta às 12 organizações sindicais representantes dos trabalhadores com vista ao início do processo negocial.
O atual Acordo de Empresa está em vigor desde 27 de abril de 2013 até 27 de outubro deste ano.
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