"Portugal precisa de primeiro-ministro para todas as estações"
O candidato às primárias socialistas António José Seguro disse que "Portugal precisa de um primeiro-ministro para todas as estações", para "o bom tempo" e para "a tempestade" e apontou como regra "só prometer o que pode cumprir".
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Política Seguros
"Eu considero que Portugal deve ter um primeiro-ministro para todas as estações, isto é quando faz bom tempo e quando faz tempestade e não primeiros-ministros que estão à espera do bom tempo, mas que da tempestade se resguardam", disse Seguro, num encontro com militantes e simpatizantes em Vila Nova de Gaia.
O líder socialista provocava, assim, o seu adversário às primárias de 28 de setembro, António Costa, através de uma "homenagem" que quis deixar ao seu anterior concorrente a secretário-geral, o agora deputado europeu Francisco Assis.
"Eu quero fazer qui uma grande homenagem ao Francisco Assis. Porque o Francisco Assis, tal como eu há três anos que fazia tempestade, e que tempestade fazia, e não hesitamos e demos um passo em frente em nome de valores, de princípios e convicções", afirmou.
No seu discurso, o também secretário-geral do PS enumerou as caraterísticas do país que deseja ver criado, destacando "uma boa escola pública, um bom Serviço Nacional de Saúde e uma boa proteção social".
"Um país que não permita que exista promiscuidade entre a vida política e os negócios por mais legítimos que eles sejam. Um país que tenha políticos que têm de dizer 'sim' e tenham a coragem de dizer 'não' ao que têm de dizer 'não'. E uma regra que introduzimos na vida política é uma regra que já devia ter sido introduzida há muito tempo que é o de só prometermos aquilo que temos mesmo a certeza que podemos vir a cumprir", acrescentou.
Seguro disse reconhecer que "alguns", ainda que "poucos", "consideram que a política tem de ter alguma coisa de manha e que no fundo o que se trata é de iludir os eleitores para tentar arrebanhar, abocanhar, o maior número de votos", prometendo ser um político diferente.
"Se querem um primeiro-ministro assim, eu não sirvo. Mas se querem um primeiro-ministro que fale verdade aos portugueses, que não iluda nenhum problema, que separe a política dos negócios e mobilize o país em torno de um projeto solidário para Portugal, pois bem então juntem-se a nós nesta caminhada para governarmos Portugal devolvendo a esperança aos portugueses", disse o líder do PS.
No seu discurso, Seguro reafirmou o que antes tinha dito aos jornalistas à entrada, a propósito da decisão do Tribunal Constitucional (TC) sobre o Orçamento Retificativo, prometendo que um Governo por si liderado "não vai desistir dos pensionistas e dos reformados".
"Um Governo do PS acabará com a contribuição de sustentabilidade da Segurança Social, isto é acabará com os cortes nas reformas e nas pensões e devolverá esse dinheiro aos pensionistas e aos reformados do nosso país, que é um dinheiro a que eles têm direito para fazer face aos últimos anos da sua vida", vincou o líder do PS.
Por fim, Seguro defendeu que Portugal tem de ter "voz firme na Europa": "Nós, para nos relacionarmos com os nossos parceiros europeus não nos precisamos de ajoelhar. Não temos de pedir desculpa a ninguém. Nós não vamos à Europa para receber ordens. Vamos à Europa para emitir opiniões (...). E não nos calam com cheques. Porque quando nós temos opinião, não nos compram".
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