“A falta de capital e as dificuldades do BES pela exposição a todos estes casos pode ser maior do que se imagina”, sugeriu esta sexta-feira Francisco Louçã, à antena da Sic Notícias. O ex-líder do Bloco de Esquerda acrescentou ainda que se o banco privado ‘ruir’, “o efeito na economia pode ser mais de 5% do PIB português”.
Falando sobre os desenvolvimentos que decorreram esta semana em torno do Grupo Espírito Santo, o antigo líder do Bloco de Esquerda salientou que já tinha previsto “a antecipação da tomada de posse da nova administração” liderada por Vítor Bento, e recordou que a Espírito Santo Internacional entrou em regime de incumprimento e “está à beira de declarar falência”, tendo já pedido proteção contra credores junto de autoridades do Luxemburgo.
Sobre este último caso, o economista sugere que agora há dois caminhos, “um programa de relançamento”, acordado com autoridades luxemburguesas, ou “a falência” propriamente dita, a qual implicaria “vender o que houver, incluindo 20% do banco”.
Sobre as declarações de Carlos Costa, responsável máximo do Banco de Portugal (BdP), que hoje marcou presença na Assembleia da República para falar sobre o BES, o antigo líder bloquista adiantou que “o que o Governador do BdP faz é tentar evitar o pânico dos mercados”.
Francisco Louçã considerou que ainda “há uma enorme incerteza” em torno do Grupo Espírito Santo e aproveitou para criticar o que considera ser a forma “tão especulativa, tão arriscada” como o sistema financeiro se tem desenvolvido nos últimos anos.