"É escandaloso como certos 'jornalistas' se aliam à polícia"
O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto comenta, a propósito do caso da cedência indevida de imagens da manifestação do dia da greve-geral à PSP, que quando “os ‘jornalistas’ se aliam à polícia e a certos magistrados” se cria “uma promiscuidade funcional nociva para a justiça e para a própria liberdade de informação”.
© LUSA
Política Opinião
“O jornalista não pode nunca ser olhado como auxiliar ou colaborador da polícia ou da Justiça, sob pena de trair os princípios éticos basilares da sua actividade e a confiança de quem com ele se relaciona”, considera o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, num artigo de opinião publicado na edição desta segunda-feira no Jornal de Notícias.
Reportando-se à alegada cedência indevida de imagens da manifestação de 14 de Novembro em frente ao Parlamento por parte da RTP, o responsável frisa que “se a polícia quisesse imagens da manifestação que as tivesse filmado ela própria e se a lei não lho permite então não pode tornear essa proibição obtendo (para os seus fins policiais) imagens que foram registadas unicamente para efeitos informativos”.
E Marinho Pinto vai ainda mais longe. “É escandaloso como certos ‘jornalistas’ se aliam à polícia e a certos magistrados, criando uma promiscuidade funcional nociva para a justiça e para a própria liberdade de informação”, sublinha.
Por conseguinte, faz sobressair o bastonário, “no caso das imagens não editadas da RTP, a direcção de Informação deveria não só ter recusado o seu visionamento e/ou obtenção, mas até opor-se com veemência a qualquer autorização que outrem tivesse dado para esse fim”.
O responsável diz também estranhar que “a Procuradoria-Geral da República ainda não tenha dito nada sobre o caso”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com