"Eu não aceitarei nunca que não se respeite a dignidade da Europa do Sul. Quero pôr fim a esta divisão idiota entre os países do Norte e do Sul. A Europa, a União Europeia precisa dos países do Sul. Sem o Sul, a Europa perderia o seu Norte", afirmou Jean-Claude Juncker, na Trofa, distrito do Porto.
O candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à Comissão Europeia, que falava num jantar comício da coligação PSD/CDS-PP, defendeu uma "Europa mais social", comprometeu-se com "a livre circulação", elogiou os pequenos patrões, referindo que "não são capitalistas, criam emprego", e aludiu à situação da Ucrânia, criticando o presidente russo: "Não aceitemos o que senhor Putin está a fazer às nossas fronteiras. Pare, senhor Putin, respeite o povo".
Numa intervenção anterior, o primeiro candidato indicado pelo CDS-PP e quarto na lista da Aliança Portugal, Nuno Melo, tinha pedido a Juncker que ajudasse "a construir uma Europa diferente, uma Europa seja verdadeiramente bloco".
"Peço-lhe que nos ajude a fazer parte da única Europa que eu concebo: uma Europa que não faça a diferença entre Norte e Sul, entre ricos e pobres, entre o pelotão da frente e o pelotão de trás, e entre católicos e protestantes, uma Europa que seja 28 e onde os portugueses estejam lado a lado de alemães e franceses, mas nunca sob a batuta de nenhum outro povo europeu", completou o vice-presidente do CDS-PP.
No início do seu discurso, Nuno Melo pediu também a Juncker que "nunca confunda" os portugueses com quem os governou "e trouxe a 'troika'".
"Portugal é uma nação antiga e uma nação honrada com mais de oito séculos de história. Nascemos para o mundo muito antes da adesão à União Europeia, somos pertença da Europa com orgulho, passámos crises ao longo dessa história e ultrapassámo-las sempre, por uma razão que hoje a Europa e todo o mundo bem vê: Portugal tem um povo extraordinário", acrescentou.