“Um critério meramente contabilístico e orçamental”. Esta é a bitola que a antiga responsável pela pasta das Finanças, Manuela Ferreira Leite, considera ter sido a adotada pelo Governo no que concerne às medidas anunciadas a propósito do Documento de Estratégia Orçamental (DEO), apresentado na passada quarta-feira.
A ex-governante, que falava na antena da TVI24, assinalou que as propostas contempladas no DEO destinam-se a tapar buracos, não abarcando uma perspetiva a longo prazo.
Reportando-se, em concreto, ao aumento do IVA de 23% para 23,25%, cujo intento, segundo o Executivo, é o de amealhar verbas para garantir a sustentabilidade da Segurança Social, a antiga líder social-democrata salientou que não passa de uma “esmola”.
As críticas de Ferreira Leite estenderam-se também ao facto de o documento, que deveria conter as linhas orçamentais para os próximos quatro anos, estar orientado, sobretudo, para o ano de 2015.
“Se conseguir ver alguma coisa que lá esteja relacionado com 2018, eu agradecia”, comentou a esse propósito.