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Poder político é "fraco e desacreditado"

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse, esta quarta-feira, ser necessário fortalecer o poder político, que é "fraco e desacreditado".

Poder político é "fraco e desacreditado"
Notícias ao Minuto

22:52 - 14/11/12 por Lusa

Política Rui Rio

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse, esta quarta-feira, ser necessário fortalecer o poder político, que é "fraco e desacreditado", considerando que o que conduziu à actual crise em Portugal foram erros políticos e não económicos ou financeiros.

Durante o discurso de abertura na conferência ‘Do Estado Social ao Estado Liberal’, realizada no âmbito do ciclo de conferências ‘FEP – Politicamente’, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Rui Rio considerou que o que levou a que Portugal chegasse a "uma crise profunda", não foram "erros de natureza financeira nem erros de natureza económica", mas sim "erros de natureza política", defendendo que "toda a origem está na política e no regime e o resto é uma consequência".

"Nós temos actualmente em Portugal partidos políticos desacreditados e incoerentes na sua acção. Nós temos um fortíssimo enfraquecimento da qualidade dos agentes políticos. Nós temos uma crescente incapacidade política para resolver os problemas que temos na frente. Temos um poder político, no seu todo, mais fraco e desacreditado", alertou.

Na opinião do social-democrata, o primeiro problema para resolver "é justamente o poder político fraco" existente, sendo necessário fortalecê-lo.

"Temos uma crescente hipocrisia no discurso político. (...) Eu não quero puxar as coisas à conjuntura, mas chega-se ao ponto de haver em Portugal uma lei, que a gente lê, está lá claro e há quem diga que não é bem assim, é parecido. Até uma lei escrita, direitinha e clara permite interpretações não sei como, em nome de interesses de carácter meramente conjuntural", disse, numa alusão implícita à lei da limitação dos mandatos.

Para o presidente da Câmara do Porto, "um poder político fraco tem fraca capacidade de dizer não", sublinhando a necessidade de haver "um poder político que tenha credibilidade".

"Isto tem que ser feito num consenso nacional, particularmente entre os dois principais partidos - e não só, entre todos aqueles que quiserem colaborar - e com a sociedade", declarou, considerando que são as "muitas pequenas reformas que no seu conjunto podem dar uma revitalização do regime".

Para Rui Rio, há cinco regras que devem ser respeitadas nesta reforma: "tudo o que se faça tem de ter como pano de fundo que é necessário prestigiar a política, as medidas que venham a ser tomadas têm garantir mais governabilidade, é preciso reformar a sério a justiça, a comunicação social deve ser mais responsabilizada e é necessário definir o papel do Estado".

Também presente no debate esteve a presidente do PS, Maria de Belém Roseira, que defendeu que o país deve evoluir "de um Estado social para um Estado de direito democrático", este último que "concilie um Estado Social com a necessidade de respeitar a necessidade de autonomia das pessoas".

A deputada socialista afirmou que o mais importante é que "o Estado se concentre nos domínios da intervenção capazes de gerar crescimento", como a educação, saúde, investigação e segurança social.

"O importante num Estado Social é contribuir para um crescimento equitativo para todos os cidadãos" defendeu, salientando ainda que isso não é o que está a acontecer, pois "as pessoas com menores rendimentos são automaticamente excluídas do que é fundamental para mudar a sua condição".

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