Barroso adverte contra ódio à União Europeia
O presidente da Comissão Europeia defendeu hoje que a integração europeia foi o "avanço mais revolucionário" da humanidade nas relações entre países, mas advertiu contra os nacionalismos que "reaparecem" e para a situação na Ucrânia.
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Política Comissão Europeia
As posições de José Manuel Durão Barroso foram assumidas durante o debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre o centenário do início da I Guerra Mundial (1914-1918).
"Cem anos depois, a União Europeia assumiu e provou o seu papel na promoção de um mundo muito mais decente e pode e tem de contribuir para uma globalização que protege e defende os valores humanos universais", declarou o presidente do executivo comunitário.
Barroso considerou que a Europa "aprendeu a lição" com as duas grandes guerras, mas sublinhou que casos como a crise na Ucrânia mostram que "a paz e a estabilidade" nunca podem ser tidas como totalmente garantidas.
"Vemos no leste da nossa União dois conceitos contrastantes de Europa: Um de uma Europa moderna, aberta e democrática onde 28 países se juntaram voluntariamente a uma União para fazer o progresso mais revolucionário da Humanidade em termos da relação entre países, e do outro lado vemos o velho conceito de uma Europa que continua a pensar e a agir em categorias de poder, esferas de influência, 'diktats' e desconfianças, numa lógica de dividir para reinar", afirmou.
No seu discurso, o presidente da Comissão alertou ainda para "velhos demónios que estão a acordar": "Não podemos esquecer que os que defendem o ultranacionalismo e a xenofobia também atacam a União Europeia e os seus valores. Há muitas formas de nacionalismo, um mais protecionista, outro mais chauvinista, alguns focados nos estrangeiros e emigrantes, outros contra a globalização. Mas há sempre uma coisa comum entre os nacionalismos, o ódio pela União Europeia".
Num tom de despedida, Durão Barroso refereriu a crise financeira para sublinhar que "o trabalho ainda não acabou" e que "muitos cidadãos ainda sentem as consequências dolorosas".
"Enfrentámos e sustivemos a mais severa crise financeira e económica desde o início da integração europeia, uma ameaça ao euro e mesmo à União, e ontem este Parlamento, por uma esmagadora maioria, finalmente deu luz verde ao passo final para a união bancária, um dos muitos progressos que alcançámos e eram considerados impossíveis antes da crise", disse.
"Muitos de nós vamos agora participar na campanha eleitoral por diferentes partidos, desejo-vos o melhor para o futuro e espero que o próximo Parlamento mantenha o rumo para uma União Europeia mais unida, forte e aberta", concluiu Barroso.
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