O líder do PSD, Passos Coelho, abriu esta segunda-feira as jornadas parlamentares do partido, em Viseu, com um discurso crítico em relação ao PS e retomando os “resultados evidentes” que têm resultado dos “esforços” que têm sido feitos pelos portugueses, sustentando que o país está a semear as “sementes para a sustentabilidade no futuro”.
Neste sentido, pediu coerência ao PS nas declarações sobre uma eventual reposição de rendimentos, questionando os socialistas sobre o que "parece uma contradição" com os pedidos de apreciação do Tribunal Constitucional (TC) sobre o tema: "Por que é que, nos dias em que não se reconhece essa necessidade [de repor rendimentos], se insiste em pedir a inconstitucionalidade dessas medidas? Parece uma contradição, não é?", questionou Pedro Passos Coelho.
A questão em torno da reposição de rendimentos surgiu na semana passada, quando, na SIC Notícias, e questionado sobre se o PS quando for Governo repõe os salários, pensões e prestações sociais ao nível de 2011, o conselheiro económico do PS Óscar Gaspar respondeu: "A resposta séria é não. Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011 porque não é possível. As contas públicas portuguesas não o permitem".
O primeiro-ministro diz não ter dúvidas que "no dia a seguir às eleições" legislativas "quem quer que esteja no Governo" não irá "repor automaticamente" salários e pensões. "Vai demorar algum tempo, disse o PS. E eu concordo", afirmou Passos Coelho, declarando que há algum tempo que diz que tal dependerá da forma como a economia crescer e cumprir objetivos.
"Nos próximos anos, assim que acabar o nosso programa, ainda temos um caminho longo para percorrer de garantir a sustentabilidade da economia, das finanças públicas e da área social", advertiu ainda o governante e líder do PSD.
Passos disse ainda aos deputados sociais-democratas que o Governo esteve a "corrigir situações de desequilíbrio muito profundas, mas também a lançar as sementes para o futuro" do país.
Após as declarações de Óscar Gaspar, o porta-voz do PSD e coordenador da comissão política Marco António Costa pediu para que o PS esclarecesse se as afirmações do conselheiro de António José Seguro "coincidem com as do Governo, e com o realismo da situação, ou se é a posição que tantas vezes se ouve pela voz de outros dirigentes do PS que prometem o céu e a terra aos portugueses" perto das eleições.
Na resposta, Óscar Gaspar garantiu que "ao contrário do Governo", o PS trabalhará, quando chegar ao executivo, para repor salários e pensões, mas sublinhou que "não há varinhas mágicas na economia".