“Eu tenho andado com ele [José Sócrates] na rua. Antes tinha uma retração, mas já percebeu que as pessoas são muito simpáticas, mudaram a sua atitude. E ele perdeu essa inibição”. Quem o garante é o socialista José Lello, que, em declarações ao Sol, sustenta esta mudança de atitude dos portugueses à luz do facto de “a maioria já ter percebe que Sócrates tinha uma visão para o país e que a ajuda externa não era solução”.
E foi precisamente a “visão” de Sócrates que, em entrevista ao semanário Expresso, o rival partidário, Pedro Santana Lopes exaltou, algo que Lello classifica de “um grande elogio”, pese embora levante a hipótese de em causa estar uma tentativa do social-democrata com vista a “dividir o campo socialista, lançando Sócrates”.
No que concerne a uma hipotética candidatura às presidenciais por parte do ex-primeiro ministro, o seu amigo desvaloriza as sondagens, assinalando: “O melhor candidato é o que vai a jogo. Fui diretor de campanha de Mário Soares e lembro-me de que no início tinha 8% nas sondagens”, reportando-se ao sufrágio de 1986.
Porém, figuras próximas de Sócrates asseguram, relativamente a uma eventual corrida a Belém, que “ele não está para aí virado. Está noutra”. Mas esta posição não é unânime do seio da ala socrática do partido ‘rosa’.
“Nunca o poderemos excluir de uma eleição presidencial”, até porque, “os anticorpos começam a dissipar-se”, salienta outra fonte socialista auscultada pelo Sol.