Assunção Esteves lembra "culpa coletiva" da comunidade internacional
A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, lembrou hoje a "culpa coletiva" pelo "silêncio ou quase silêncio", "inércia ou quase inércia", da comunidade internacional nos 27 anos que Nelson Mandela esteve preso pela luta contra o 'apartheid'.
© DR
Política Mandela
"Uma referência que eu gostaria de deixar, tem que ver com o longo tempo de espera na prisão, com o silêncio ou quase silêncio, com a inércia ou quase inércia, de uma comunidade internacional que foi capaz de conviver tanto tempo com o absurdo da injustiça e da iniquidade", afirmou Assunção
"Essa culpa coletiva que todos, de um modo ou de outro, arrastamos, obriga-nos, em honra da memória de Mandela, a olhar para outros lugares onde a injustiça mora", declarou a presidente do parlamento.
A presidente da Assembleia da República falava antes da aprovação por unanimidade de um voto de pesar pela morte de Nelson Mandela e antes do período de intervenções dos partidos, usado por PCP e BE para recordar que, em 1987, Portugal votou, ao lado dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, contra uma resolução da Assembleia-geral das Nações Unidas exigindo a libertação do líder da luta contra o 'apartheid'.
"Este é um dia de tristeza para o espírito humano. É muito difícil, perante a gigantesca realidade de Mandela, a suficiência de palavras. Mandela simboliza a capacidade imensa que um homem só tem para transformar o mundo, uma grandeza sem limites. Como se um homem só fosse, e na verdade é, capaz de ser um exército", defendeu.
Para Assunção Esteves, uma das mensagens que Mandela deixa ao mundo é a de que a "injustiça não perdura" porque "é contra a razão".
A presidente da Assembleia evocou a "luta" mas também a "construção da paz", o comportamento de Mandela depois do fim do 'apartheid', que, com a "grandeza da superação do ressentimento" demonstrou "a capacidade de evitar e contornar a fratura".
Assunção Esteves vincou que "a memória de Mandela é um impulso de libertação de todos e para todos".
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato reações de pesar a nível mundial.
"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse Jacob Zuma, anunciando que a bandeira sul-africana vai estar a meia-haste a partir de hoje e até ao funeral de Estado, marcado para 15 de dezembro.
O Comité Nobel norueguês considerou hoje Nelson Mandela, que esteve preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime "apartheid" da África do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".
Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com