"Críticos devem assumir-se como alternativa dentro do PSD"
O deputado do PSD, Luís Menezes, mostra-se curioso para saber se “tantos desses críticos que falam tanto”, em relação a Passos Coelho, avançam para as eleições da liderança do partido, que decorrem dia 25 de Janeiro. Os cortes salariais, os papéis do Tribunal Constitucional (TC) e do Governo, as propostas do PS e a perda de câmaras pelo seu partido, nomeadamente no Porto, onde concorreu o pai, Luís Filipe Menezes, foram outros dos temas abordados numa entrevista que concedeu ao i.
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Política Luís Menezes
O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD desafia os críticos de Passos Coelho a assumir responsabilidades e apresentarem-se como alternativa. Em entrevista ao i, afirma que os cortes acima dos 675 euros na Função Pública são “uma necessidade”; as propostas do PS “demagógicas”; e que o TC “tem tido uma visão da Constituição demasiado fechada e dogmática”.
O filho de Luís Filipe Menezes fala também da derrota do pai, apontando que para tal, entre outros factores, contribuíram a divisão entre ele e Rui Rio, sendo o ex-presidente da Câmara um dos que também tem criticado a liderança do partido. Quanto às perdas em várias autarquias, diz: “O PSD fez escolhas em mais de 300 candidaturas quase sem problemas. Houve problemas em locais pontuais, como Sintra e V. N. Gaia”
Quanto aos cortes, Luís Menezes relembra que nenhum funcionário público foi despedido, embora já tenham saído mais de 50 mil, e sublinha: “Se não fosse pelo PSD eram salários a partir dos 600. Foram 140 mil funcionários que salvámos desse corte”.
Já em relação ao Orçamento do Estado (OE), o deputado usa a palavra “mistificação”, visto o de 2012 ter sido mais “gravoso”. “As medidas deste OE são substitutivas de medidas que foram consideradas inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional. O Governo não está a acrescentar austeridade à austeridade.”
Menezes sublinha ainda que do ponto de vista do PSD as medidas que foram propostas são constitucionais, considerando que “a Constituição deve ser também analisada e avaliada em função da situação do País em cada momento”, e recorda que “não podemos escamotear que todas as instituições internacionais apontam para os riscos de o TC considerar algumas medidas inconstitucionais”. Porém, salienta: “Não quero mudar a Constituição em tempos de crise, mas devemos começar a olhar com coragem para a necessidade de uma revisão”.
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