Bagão Félix acredita que o País vai precisar de um bloco central na governação, mesmo que com eleições. Em entrevista ao Diário de Notícias, o antigo ministro das Finanças afirma que “se [o Governo] tiver o PS, o PSD e o CDS, um tem mais sensibilidade social, outro é mais tecnocrático, outro olha mais para a economia”.
O gestor diz ainda que, na apresentação do guião para a Reforma do Estado, o vice-primeiro ministro Paulo Portas teve uma atitude “inteligente” ao convidar a oposição para a discussão da proposta “numa posição em que não deve haver reacções pavlovianas, ‘somos contra, somos a favor’”.
De acordo com Bagão Félix este é precisamente o problema da política portuguesa, a “lógica maniqueísta”, que impede a discussão, por exemplo, do Estado social: “[o Estado Social] deve discutir-se sem (…) maniqueísmo, que é muito habitual na política portuguesa: ou se é a favor ou se é contra. Às vezes não se sabe do que é. O maniqueísmo tem subjacente o simplismo, passo a expressão, de limitar as coisas ao preto e ao branco”.