Num entrevista concedida hoje ao jornal Público, Bagão Félix discutiu algumas das medidas propostas no Orçamento do Estado para 2014, com destaque para o corte nas pensões de sobrevivência, anunciado pelo vice-primeiro-ministro.
Para o conselheiro do Estado, trata-se de uma “medida anti-família” e de um “erro político que não é habitual em Paulo Portas”, “uma pessoa com grande sensibilidade social”.
Esta é, porém, nos seu entender, uma medida necessária tendo em conta as exigências da troika, que “diz que tem de se cortar 100 milhões na pensão de sobrevivência”, ou seja, “dá o resultado, o produto acabado” e diz ao Governo: “agora façam o favor de construir a matéria-prima”.
Para Bagão Félix, que acredita que o modelo da modelo da toika está errado e que foi mal aplicado, as “alterações às pensões de sobrevivência estão cheias de falácias”. Isto não se faz, sobretudo na Segurança Social, que é um tema muito delicado”, lamentou.
O economista considera, ainda, que o programa [de entendimento com o troika] foi feito com base em pressupostos, nomeadamente ao nível do défice, que eram irreais” e que, em alternativa ao Orçamento de Estado, deveria ser adoptado um “faseamento do programa de saneamento das contas públicas (…) mais alargado e mais amigo da economia”.