António Bagão Félix defendeu ontem à noite, no seu comentário habitual de quarta-feira na SIC Notícias, que deve existir sensibilização "para algumas medidas" de austeridade. Isto porque, a seu ver não pode existir "o mata e o esfola nas políticas sociais".
"A troika terá que perceber que Portugal é um País soberano, do ponto de vista político, e que também tem o Tribunal Constitucional", salientou o antigo ministro das Finanças, referindo que as medidas devem ser discutidas pelo Governo, pela troika e pelo Palácio Ratton.
Nas negociações com o organismo constituído pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu o Governo terá, ainda, que "negociar diferentes velocidades do pedido de ajustamento", para assim poder ter mais tempo para atingir as metas previstas, sustentou Bagão Félix.
Contudo, o "tempo escasseia e as alternativas são menores" desde que a troika entrou no País, lembrou.
Sobre o chumbo do Tribunal Constitucional ao diploma de requalificação dos funcionários públicos, Bagão Félix disse que esta era uma decisão "previsível" e que o "Governo foi pouco cauteloso e pouco preventivo".
O político considerou ainda que o chumbo foi "natural" e que a Constituição Portuguesa "tem que ser respeitada, quer se goste ou não dela".