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"O povo faz parte de um circo que participa nas eleições"

O antigo líder do CDS e fundador do Partido Nova Democracia, Manuel Monteiro, diz este sábado, numa entrevista ao jornal i, que os portugueses fazem “parte de um circo que de anos a anos participa nas eleições”, justificando que “quem manda em Portugal não é o povo” e que o regime democrático em que alegadamente vivemos “é (apenas) um simulacro de democracia”. Nesta entrevista este 'homem de direita' revela ainda que "pela primeira vez" na sua vida não vai votar, referindo-se às eleições autárqu

"O povo faz parte de um circo que participa nas eleições"
Notícias ao Minuto

08:28 - 31/08/13 por Ana Lemos

Política Manuel Monteiro

"Nunca tivemos verdadeiramente um sistema feudal em Portugal. Mas hoje temos feudalismo, temos um regime de corporações não assumido mas verdadeiramente detentor do poder político. Quem manda em Portugal não é o povo. O povo faz parte de um circo que de anos a anos participa nas eleições para vaticinar ou corroborar escolhas previamente feitas pelos grupos corporativos que realmente mandam”. A afirmação pertence a Manuel Monteiro, ex-líder do CDS e fundador do Partido Nova Democracia, em entrevista ao jornal i.

Na opinião de Manuel Monteiro, o “peso” destes grupos é tal que “condicionam as lideranças políticas a admitir excepções aos sacrifícios que são impostos à maioria dos cidadãos”. Por isso, acrescenta, “isto não é democracia, é um simulacro de democracia”, sublinhando que “este é um problema do Sul da Europa”.

A juntar a isto, refere, “os dirigentes partidários” começaram a ser “escolhidos na óptica do treinador, para trazer resultados imediatos” e quando tal não acontece, “é-se substituído”. Opondo-se a esta ‘lógica’, Manuel Monteiro sustenta que “o poder é um meio, nunca um fim, e o político deve ter consciência de que aquilo que lhe é oferecido pelo desempenho de uma função já é em si tão rico que não tem também de ter ambição material para o ser”.

“Eles”, prossegue, “querem ter o dinheiro dos outros que não são políticos e portanto vendem-se” e “deslumbraram-se” mas “com isso perdeu-se a independência”, por isso, “enho muitas dúvidas de que a maioria da classe dirigente seja independente”.

Por isso, revela o fundador do Partido Nova Democracia, “pela primeira vez na minha vida, desde os 18 anos, não vou votar”. E porquê? “Deixei de acreditar nas revoluções de sangue. Lutei para que as pessoas votassem e se abstivessem, mas comecei a acreditar que a mudança do sistema só é viável, ou por uma profunda vaga de abstenção, ou por uma revolução pacífica”.

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