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Lojas estão a ser reinterpretadas para levarem "vida" à Rua Direita

Quinze lojas da Rua Direita de Viseu estão a ser reinterpretadas até dia 22 de julho no âmbito do projeto Jardins Efémeros, que tem como principal ambição levar vida e dinâmica ao centro histórico da cidade.

Lojas estão a ser reinterpretadas para levarem "vida" à Rua Direita
Notícias ao Minuto

10:24 - 09/07/13 por Lusa

País Viseu

De acordo com a criadora e organizadora do projeto Jardins Efémeros, Sandra Oliveira, as 15 lojas selecionadas estão a ser intervencionadas há quase uma semana e "já são visíveis inúmeras mudanças".

No terreno está a arquiteta Joana Astolfi, que conta com a ajuda 20 alunos ligados à arquitetura e às artes, para reinterpretar a rua, "dando aos seus lojistas a capacidade de se adaptarem à realidade atual".

"Numa primeira fase selecionámos as 15 lojas, tendo como critérios principais os espaços com interiores mais marcados pelo tempo e as lojas com artigos que abrissem portas para a criação de instalações de arte", explicou.

Seguiu-se um período de troca de ideias com os alunos, para depois colocar no terreno uma série de instalações, todas elas assentes num conceito.

Para a arquiteta, cujo trabalho cruza arquitetura, arte e design, a mutação mais profunda está a ser levada a cabo na tinturaria “A Nova Económica”, que "ficará irreconhecível".

"Vai ser descascado o folhado de madeira para mostrar a verdade das paredes, que são em tijolo burro. O chão vai ser substituído por azulejo preto e branco que faz lembrar um tabuleiro de damas, enquanto que no teto será criado um sistema integrado de tubos galvanizados que descem e servirão de expositores", descreveu.

Na Livraria Cami será realizada uma intervenção na montra, para além da criação de um espaço de estar no seu interior.

Joana Astolfi destaca ainda a instalação que está a ser feita na Sapataria Paulo Domingos, um edifício com quatro pisos onde diz estar um verdadeiro "cemitério de sapatos", com mais de 10 mil pares guardados.

"Vamos criar na entrada da loja um estrado, inserindo 100 sapatos como se fossem lápides. Uma espécie de cemitério, a contar a história dos sapatos, com focos de luz", revelou.

Também na Casa Joaninha, uma loja de fogões, será construída uma casinha de lenha e na entrada da loja de roupa interior Tininha será construído um lustre com várias cuecas antigas.

"Todos os projetos partem de um conceito e para nós a decoração não existe. Fazemos tudo de coração", sustenta.

Os lojistas mostram-se esperançados com o projeto, que esperam que traga mais clientes e visitantes.

Alda Martinho, da tinturaria A Nova Económica, confessa estar ansiosa para ver o resultado final da intervenção, que ainda não chegou ao fim, mas já trouxe grandes mudanças.

"Esta rua está morta, precisamos deste tipo de ideias para ver se atraímos movimento", considerou.

Uma opinião partilhada pelo proprietário da Livraria Cami, Joaquim Rebelo, que atribui o marasmo que a Rua Direita vive às obras que sofreu há escassos anos.

"A rua sofreu obras há uns quatro ou cinco anos e não digo que tenha ficado melhor ou pior. Demoraram foi muito tempo e as pessoas desabituaram-se de passar por cá", alegou.

Fazendas Nandita, Sapataria Paulo Domingos, Casa Eunice, Sapataria EG, Bazar Litos, A Marisqueira, Drogaria Cedofeita, Casa Sol, Foto Batalha, Casa Joaninha, Casa Tininha, José Alcides, Tinturaria A Nova Económica, Papelaria Cami e Casa Guimarães são as 15 lojas que estão a ser reinterpretadas.

"Rua Direita - Esta rua não acaba aqui" é uma das iniciativas do projeto Jardins Efémeros, que decorre de 22 a 28 de julho e vai ter 112 atividades, desde ações de formação, visitas, oficinas e concertos.

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