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"Professores deram uma ideia de que o ensino público é uma lotaria"

Apesar de se assumir “a favor da greve dos professores”, que hoje impediu cerca de 20 mil alunos de realizar o exame de Português do 12º ano, o escritor e comentador Miguel Sousa Tavares considera que os docentes que aderiram a este protesto “contribuíram para dar uma ideia de que o ensino público é uma lotaria” e abusaram “do direito à greve”, demonstrando “falta de respeito pelos alunos” e “falta de brio profissional”.

"Professores deram uma ideia de que o ensino público é uma lotaria"
Notícias ao Minuto

20:53 - 17/06/13 por Ana Lemos

País Sousa Tavares

No habitual comentário no Jornal da Noite da SIC, o escritor e comentador Miguel Sousa Tavares Sousa abordou a notícia que marcou esta segunda-feira: a greve dos professores. Revelando ser a “favor da greve”, referiu que “independentemente das razões”, o que aconteceu hoje “representa um abuso do direito à greve”, frisando que “se esse existe também existe o direito dos alunos”.

Na opinião de Sousa Tavares, os professores “conseguiram demonstrar falta de respeito pelos alunos, pelo sistema de ensino e falta de brio profissional”. E, acrescentou, “quando [os sindicatos do sector] dizem que o Governo é que tornou impossível [que tal não sucedesse] porque não quis a recalendarização” dos exames nacionais”, Miguel Sousa Tavares lança a questão: “Porque é que não mudaram eles, [os sindicatos], a data da greve? Se a intenção não fosse prejudicar os alunos, mudassem a greve”.

Além disso, sublinhou o escritor, no ensino privado nenhum aluno foi prejudicado pela greve. “Isto quer dizer que os pais que têm dinheiro para ter os filhos neste ensino, não têm problema nenhum”, contribuindo assim “para dar uma ideia de que o ensino público é uma lotaria”, na qual os alunos estão “um ano inteiro a ser preparados para fazer um exame e [no dia] acordam de manhã sem saber se vão ou não fazê-lo”.

Miguel Sousa Tavares referiu ainda que percebe que os docentes estejam contra o aumento do horário de trabalho das actuais 35 para 40 horas semanais sem um aumento de ordenado, mas lembrou que “tudo isso está previsto para toda a função pública”, pelo que não deve ser negociado sectorialmente.

Neste comentário na SIC, o escritor abordou também a questão do pagamento dos subsídios de férias aos funcionários públicos frisando que “há três meses que é conhecida a decisão do Tribunal Constitucional”, tempo suficiente para o Governo “se preparar para pagar”. Mas, pelo contrário, lançou esta “trapalhada toda, este imbróglio jurídico”, o que, na opinião de Sousa Tavres, “dá uma péssima imagem do Governo, que não consegue gerir a tesouraria pública”, que resolve tudo de “improviso” e “à última hora”, e “que não se preocupa muito com os direitos das pessoas”.

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