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Segurança "não tem sido uma prioridade" em Portugal

O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) disse hoje que a segurança "não tem sido uma prioridade" e alertou que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras precisa de "mais inspetores, viaturas e melhores postos".

Segurança "não tem sido uma prioridade" em Portugal
Notícias ao Minuto

19:30 - 26/05/17 por Lusa

País OSCOT

António Nunes falava em Lisboa no painel "Segurança e Desenvolvimento Económico", da Conferência Organizada pelo Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF-SEF), tendo este último debate virado para a importância da segurança na promoção do turismo e da atividade económica juntado vários deputados e o professor António Rebelo de Sousa.

O presidente do OSCOT referiu que o "risco de ameaça terrorista" em Portugal é "baixo", que isso promove o turismo porque o turista "quer sentir-se seguro e estar num local seguro", mas advertiu que é preciso investir no SEF e "dar garantias de trabalho aos funcionários" deste serviço.

António Nunes apontou o défice de inspetores do SEF (nos últimos 14 anos não entrou um único inspetor), sublinhando que nos últimos anos "pairaram nuvens negras e trovoadas" sobre o SEF, fruto de hesitações políticas quanto à autonomia e especialização deste serviço e também relativamente à organização das forças e serviços de segurança em Portugal.

O presidente do OSCOT referiu ainda que se, por causa da baixa natalidade a solução para o futuro da Europa for a imigração, então há que preparar o SEF para esse desafio, tornando-o num serviço diferente e com "novas oportunidades".

O deputado Carlos Abreu Amorim (PSD) disse que a segurança "tem que ser assumida como uma prioridade para o desenvolvimento económico" nacional, observando que Portugal "até agora tem estado salvaguardado" de ataques terroristas, mas que isso pode mudar de um momento para o outro.

O deputado indicou "fragilidades" de segurança existentes nos aeroportos portugueses, lembrando o caso dos argelinos, e enfatizou que o turismo (hoje muito associado à segurança do destino de férias) representa já 17% das exportações de Portugal.

António Gameiro (PS) chamou a atenção para a necessidade de uma política de reforço de meios, designadamente do SEF, numa altura em que são conhecidos constrangimentos e filas nos aeroportos e atrasos na apreciação de processos no SEF.

Telmo Correia (CDS/PP) mostrou-se preocupado com o radicalismo do 'jihadismo' salafista, que recruta jovens e alimenta "lobos solitáros" de várias nacionalidades, pelo que entende ser altura de o SEF ter "formação e especialização" neste tipo de terrorismo.

O deputado centrista criticou ainda o facto de Portugal ser um caso isolado na Europa em que os serviços de informação não tem acesso a metadados de comunicações privadas, uma ferramenta para seguir o rasto de eventuais terroristas.

António Filipe (PCP) admitiu que Portugal, por ser considerado seguro e não registar incidentes terroristas, tem beneficiado com o turismo, mas lamentou que nos últimos 14 anos não tenha entrado um único inspetor no SEF. "Isto não pode ser considerado normal", desabafou.

António Rebelo de Sousa reconheceu que, em termos de segurança e em comparação com outros países, Portugal tem uma situação "confortável e agradável", beneficiando economicamente com isso, mas defendeu que Portugal deve participar num esforço de segurança "mais abrangente", a nível europeu.

Alberto Matos, em representação do Bloco de Esquerda, desmistificou os medos criados com a imigração, dizendo que a segurança não deve estar histérica em relação aos imigrantes e aos filhos dos imigrantes.

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