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CGTP alerta Governo para evitar "aumento da contestação social"

O secretário-geral da CGTP-IN disse hoje que o Governo tem nas suas mãos o poder para resolver os problemas dos trabalhadores da administração pública, nomeadamente do setor local, e evitar "um aumento da contestação social".

CGTP alerta Governo para evitar "aumento da contestação social"
Notícias ao Minuto

20:13 - 21/04/17 por Lusa

País Arménio Carlos

Segundo Arménio Carlos, se o Governo ignorar as reivindicações dos trabalhadores da administração pública, em geral, pode "encetar um processo que não só quebra as expectativas, como inclusive pode levar a um aumento da contestação social", que a central sindical não enjeitará se a isso for obrigada.

O dirigente da CGTP-IN falava durante uma manifestação que decorreu hoje à tarde, em Lisboa, convocada pelo STAL-Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional em defesa de aumentos salariais, descongelamento de carreiras, regulamentação de suplementos e regularização dos vínculos precários.

A manifestação concentrou no Rossio cerca de 2.000 trabalhadores da administração local, oriundos de vários pontos do país, que se deslocaram pela rua do Ouro até ao Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, ao som de palavras de ordem, entre as quais "É mesmo necessário, o aumento do salário".

"Não é admissível que os trabalhadores da administração local, tal como os trabalhadores da administração pública, continuem ao longo de anos e anos com os seus salários bloqueados e as suas carreiras por evoluir", salientou Arménio Carlos.

O dirigente da CGTP considerou importante o combate à precariedade, quando existem "milhares de trabalhadores desempregados que estão a ocupar postos de trabalho permanentes", que devem ser integrados no "quadro de efetivos das respetivas autarquias locais".

A manifestação, acrescentou, serviu também para dizer ao Governo que "não se deixe acomodar aos interesses instalados, tenha cuidado com o défice, mas acima de tudo tenha maior preocupação com os trabalhadores".

"O défice é importante, mas não se esqueçam que esta redução do défice para 2% foi conseguida em grande parte à custa da não atualização dos trabalhadores e da não progressão das carreiras", frisou.

Arménio Carlos notou ainda que o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas apresentados pelo Governo "têm de sofrer profundas alterações", porque "o trabalho continua a ser desvalorizado", quando "é um elemento central para a coesão económica, social e territorial" e "para o progresso e justiça social".

Os trabalhadores, vincou, "têm que ser tratados com o mesmo respeito e a mesma dignidade dos restantes credores e se há dinheiro para pagar aos credores e à dívida tem de haver dinheiro para aumentar os salários e desbloquear as carreiras profissionais".

O secretário-geral da CGTP manifestou receio de que o Governo esteja a ficar "mais acomodado ao poder" e, assim, ficar mais dependente de interesses instalados.

"É uma luta justa por melhores condições de trabalho e de remuneração. Eu julgo que os trabalhadores da administração local, tal como os da administração pública em geral, foram muito penalizados nos últimos anos e são essenciais para as câmaras e para as freguesias desenvolverem o seu trabalho e beneficiarem as populações", afirmou à Lusa Bernardino Soares (CDU).

O presidente da Câmara de Loures, que participou na manifestação juntamente com outros autarcas, reconheceu que, com o atual executivo socialista, "já se inverteram os cortes que aconteceram com o Governo anterior, mas é preciso ir mais além para recompensar, dar motivação e melhores condições a quem dá o seu melhor para que o país avance, em particular nas autarquias locais".

O presidente do STAL, José Correia, após entregar uma resolução ao chefe de gabinete da secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, referiu que o Governo compreende as reivindicações dos trabalhadores e espera "que haja a possibilidade de um compromisso de descongelamento de progressões para todos os trabalhadores".

No entanto, perante a falta de compromisso governamental em relação a um calendário para a adoção de medidas, o dirigente do STAL admitiu que "serão sempre os trabalhadores a determinar o tempo e a forma de luta", mas os sindicatos não excluem a convergência nomeadamente para a greve.

Segundo o STAL, os trabalhadores reivindicam também a negociação de uma nova estrutura de carreiras no setor local e a reposição do cálculo das pensões e das condições gerais para aposentação com 36 anos de serviço são outras das exigências anunciadas pelo sindicato.

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