População de Canha luta contra encerramento de balcão da Caixa
A população de Canha, no Montijo, vai lutar contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse à Lusa a Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal, referindo que é o único banco existente no local.
© Reuters
País CGD
A Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal realizou hoje uma concentração contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos em Canha junto à instituição bancária, que contou com a presença de várias dezenas de pessoas.
"Já tínhamos feito uma marcha de protesto e hoje realizámos esta concentração contra o encerramento do balcão da CGD em Canha. Este é o único banco que existe em Canha e que serve uma população rural e idosa, que está numa zona já desertificada, e que para ir ao banco, sem a CGD, tem que apanhar um dos poucos autocarros existentes e perder quase um dia inteiro", disse à Lusa Avelino Antunes, da Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal.
O responsável referiu que a população está unida na luta contra o encerramento do balcão.
"A população não aceita e está unida na luta contra esta decisão. Na marcha de protesto contámos com a presença de mais de 70 viaturas e hoje estiveram aqui cerca de 85 pessoas, num dia se semana. Existe união nesta luta e muito descontentamento", defendeu.
Os presidentes das juntas de freguesia do distrito de Setúbal afetadas pelo encerramento de agências da CGD vão realizar uma manifestação no dia 27 de abril, junto à sede da instituição bancária.
Avelino Antunes garantiu que a Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal se vai associar a esta manifestação.
"Informámos a população e só hoje tivemos mais de três dezenas de inscritos para participarem na manifestação. Lamentamos que a Câmara do Montijo e a Junta de Freguesia de Canha não participem e nem disponibilizem o autocarro, estão submissas ao Governo, mas vamos conseguir levar as pessoas de Canha à manifestação", afirmou.
Sobre a possível solução de um serviço móvel para a população de Canha, o responsável referiu que seria apenas um remendo.
"Um carro móvel, que não sabemos em que moldes iria funcionar, não resolve o problema, seria apenas um remendo. O que queremos é serviços públicos de qualidade para a população", concluiu.
A CGD tem previsto encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em março.
O fecho de agências foi negociado com Bruxelas e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD, que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado.
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