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Receio da extrema-direita é preocupação entre franceses no Algarve

As eleições presidenciais francesas do dia 23 de abril atraem a atenção de todos os franceses, incluindo muitos residentes em Portugal, que se mostram preocupados com o futuro do país e receiam uma vitória da extrema-direita.

Receio da extrema-direita é preocupação entre franceses no Algarve
Notícias ao Minuto

10:20 - 20/04/17 por Lusa

País Presidenciais

Portugal tem tentado atrair franceses para residir no país, muitos deles no Algarve, pelo que a política francesa começa também a ter um impacto mais alargado. Segundo fonte do Ministério das Finanças, Portugal tem mais de três mil residentes não habituais franceses.

A poucos dias da primeira volta, Jean-Pierre Besson disse à agência Lusa que já decidiu o seu voto no antigo primeiro-ministro François Fillon (direita), o único candidato que considera ter a "experiência" para liderar os franceses, apesar dos casos judiciais que o afetam.

A residir no concelho de Tavira há quatro anos, este antigo advogado de 67 anos disse que espera pedir a nacionalidade portuguesa dentro de 24 meses e advertiu que a França não é o Reino Unido e uma eventual saída da Europa deixará o país "sem alternativas", ao contrário do Reino Unido, que após o 'Brexit' continuará na Commonwealth.

"Penso como a minha mulher e muitos amigos franceses e acho que não temos outra alternativa para votar a não ser o Fillon, porque é um homem de Estado, que tem experiência e pode trabalhar bem", afirmou Jean-Pierre Besson, que irá a Lisboa votar à embaixada francesa.

A apostar na agricultura biológica em Portugal, Jean-Pierre Besson reconheceu que há uma "grande diferença" entre quem está no poder e "os franceses do dia-a-dia, que se encontram no café ou no supermercado", considerou que "as normas da Europa eram tão fortes que destruíram muita coisa em França" e admitiu que isso pode favorecer a extrema-direita.

"O Reino Unido pode sair da União Europeia porque tem detrás a força da Commonwealth", disse, acrescentando que "a França não tem ninguém" e após a descolonização "nem tem boas relações com os países africanos".

O candidato da extrema-esquerda Jean-Luc" Melénchon e Le Pen dizem que saem da Europa, mas não têm alternativa", advertiu.

Já a compatriota Martine Guills, de 40 anos, disse que o voto "é um direito" e, por isso, vai "efetivamente votar", mas garantiu que não o vai fazer em Marine Le Pen.

"Para mim essa é uma grande preocupação, tenho realmente receio que Le Pen chegue ao poder, com tudo o que se passa atualmente, ao nível do clima presidencial e tudo o que está a acontecer no presente, é realmente um perigo", afirmou.

Para a imigrante em Portugal, uma vitória de Le Pen é, "antes de mais, perigoso para a França", mas "também para a Europa e a América é um grande perigo".

Martine Guills faz parte de um grupo de 30 por cento da população que, segundo as sondagens, ainda não sabe em quem votar, mas uma decisão já tomou: "Atualmente, sei em que não vou votar, mas ainda não sei em quem vou".

De acordo com fonte oficial do ministério liderado por Mário Centeno, há em Portugal atualmente 3.050 cidadãos franceses que beneficiam do regime de residentes não habituais, lançado em janeiro de 2013 e que permite uma isenção fiscal durante dez anos a qualquer reformado (do setor privado) da União Europeia, desde que prove que reside em Portugal 183 dias por ano e que não teve residência fiscal no país nos últimos cinco anos.

Recentemente, o ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que "vai tomar medidas" para "enquadrar" os benefícios fiscais atribuídos a cidadãos estrangeiros, numa reposta a críticas da sua homóloga sueca.

A questão dos benefícios fiscais surgiu depois de, em entrevista a um jornal sueco, a ministra sueca das Finanças ter manifestado o seu desacordo em relação ao regime que isenta de tributação as reformas dos pensionistas daquele país que tenham residência em Portugal.

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