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Tinham (muito) peso a mais. Mudaram de vida e agora ninguém as agarra

Disse a si mesmo(a) que 2017 havia de ser o ano da mudança? Que havia de começar a fazer desporto e que havia de mandar os quilos a mais 'à fava'? Está a ler o artigo certo.

Notícias ao Minuto

07:44 - 25/02/17 por Notícias ao Minuto

País Antes e depois

Tânia Valentim, 34 anos (menos 35,8kg)

"Aquela não era eu". A frase é de Tânia Valentim, consultora informática de 34 anos. Os 100 quilos (99,8, para sermos mais precisos) que a balança lhe apresentara ao fim de 10 anos de sedentarismo não encaixavam na pessoa que "sempre gostou de desporto".

A entrada na faculdade fizera-a engordar uns quilos, o emprego como consultora encarregar-se-ia do resto. Até ao dia em que disse 'basta'. Desde o dia em que vira aqueles quase 100 quilos, recomeçou a fazer exercício, procurando, ao mesmo tempo, informar-se sobre como mudar a alimentação.

"E aos poucos fui conseguindo ganhar saúde", conta, em conversa com o Notícias ao Minuto. Tânia, recorda, já tinha problemas em andar. O peso era culpado pelos problemas nos calcanhares (esporões) e pela "tensão altíssima". A juntar a isso, tinha arritmias. "A minha pulsação em repouso era de 80 batimentos!", lembra.

Decidida a pôr um ponto final nessa condição, e com "pensamento positivo", começou a jornada para 'resgatar' a Tânia que estava escondida nos quilos a mais. Com uma alimentação melhorada, aliada à prática de exercício físico, chegou aos 80 quilos, numa primeira fase. Foi aí que apareceu a corrida, uma coisa que "odiava" até então. "No meu trabalho falavam em corrida. Desafiavam-se uns aos outros. E eu achava piada a isso, porque adoro desafios. Só que...odiava correr", explica.

Mantendo o foco no desafio que continuava a ser perder peso, lá se estreou nas corridas. Corria o ano de 2011. "Comecei logo com uma prova de 10km. A corrida do Sporting. Nunca tinha corrido tanto. Adorei", recorda, confessando-se imediatamente "viciada" desde esse dia.

No ano seguinte, "meti-me logo nas meias maratonas [21 km]. Fui perdendo peso, ao ponto de querer a maratona". E assim foi. Em 2013 Tânia haveria de completar os 42 km da Maratona Rock n Roll de Lisboa. Foram 4h09 a correr. O leitor há-de concordar que não é coisa pouca, certo? O pior de fazer uma prova destas, sublinha, é a preparação.

No seu caso, foram quatro meses de treinos longos assíduos. "Sou muito persistente e tenho uma grande força de vontade". Nesta altura, a balança já mostrava a verdadeira Tânia: 64 quilos. E a tensão alta? Desvaneceu-se. E a pulsação? 50 batimentos em repouso. Tânia trocou os quilos a mais por saúde e confiança, incluindo na vida profissional. E corridas? Para já, em fevereiro, a meia maratona de Cascais e, em novembro, a maratona do Porto.

Eva Rosa, 47 anos (menos 35 kg)

Eva, natural da Nazaré, era conhecida como  "Eva, a gordinha", um rótulo que confessa ainda pairar na cabeça de muitos que a conhecem. A morar em Lisboa, sem 'Adão' e sem filhos, Eva confessa que caiu no sedentarismo que a vida e o trabalho como diretora de formação lhe proporcionavam. Estávamos em 2013 quando os números da balança confirmavam o volume do corpo: 93 quilos. Muito acima do normal para uma pessoa de 1,60 metros.

Junho desse ano haveria de ser o mês dos meses, o momento de agitar as águas calmas em que estava mergulhada. Desafiada por uma amiga, começou a fazer caminhadas diárias de 1h30. Da Almirante Reis até ao Cais do Sodré, ida e volta. Nessa altura, só lhe apetecia voltar para casa de metro. "Nem penses!", respondia-lhe a amiga. E foi assim que perdeu logo 5 kg.

Depois das caminhadas, veio o ginásio, pela 'mão' da mesma amiga. "Nem meia hora aguentava", recorda ao Notícias ao Minuto. Eva viria a viciar-se no ginásio. Havia dias em que fazia quatro horas de exercício. Maio de 2014. O desemprego bateu-lhe à porta. Em vez de ficar colada ao sofá, Eva usou o desemprego em seu benefício. Como? Concentrando-se apenas em si. O desporto era aqui mais do que uma forma de procurar a boa forma, era também uma maneira de preencher o vazio dos dias.

O vício pela corrida surgiu no grupo Correr Lisboa, onde foi parar também convencida por uma outra amiga. Primeira prova: Corrida do Tejo (10 km). Sem saber ao que ia, Eva completou a prova em 58 minutos. Ia com amigos, mas a dada altura o "corpo estava a puxar mais por mim: 'pernas para que te quero'", recorda com entusiasmo. Dois meses depois, a meia maratona, num tempo de meter inveja a qualquer jovem - 1h57. E no ano seguinte, Sevilha era o chão que Eva pisava tornando-se maratonista, em 4h23. Em plena forma física e imparável, Eva orgulha-se de ter ido ao pódio por diversas vezes. "Em menos de um ano, fui ao pódio quatro vezes!"

Escusado será dizer que a alimentação de Eva mudou drasticamente. Antes, "comia mais e pior. Aprendi a selecionar os alimentos e combiná-los de forma correta", diz-nos, lembrando que a Eva de há uns anos não se privava de nada. "Se fosse preciso comia dois ou três bolos". Eva resume a sua mudança como um conjunto de "conquistas" que nunca imaginou serem possíveis.

O perder peso foi só o tiro de partida para o que estava para vir: Mais respeito, maior consideração da parte dos outros. "Deixas de ser mais um", explica-nos, definindo as diferenças que sente na forma como os outros agora olham para si. O ter corrido uma maratona, conta, ainda deixa muita gente "incrédula". "A Eva gordinha, que comia bolinhos e que não corria 1 km, faz maratonas e até vai ao pódio de vez em quando? São conquistas pessoais que me levaram a conseguir encontrar um novo emprego", releva.

Quanto às provas que vai fazendo com regularidade, garante que o espírito inerente e o companheirismo "fortalecem os laços e as relações interpessoais", coisa que o excesso de peso muitas vezes rouba a quem, nessas circunstâncias, se fecha em casa. "Mesmo que vás sozinha, encontras sempre 'os amigos das corridas'. É uma alegria".

Convencido(a) a tirar as sapatilhas do armário? 

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