Operação Pharma põe fim a burla milionária, suspeitos detidos
Dois detidos e oito arguidos é o resultado de uma investigação da PJ de Setúbal relacionada com falsa atividade empresarial farmacêutica, associação criminosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
© Global Imagens
País Setúbal
Segundo a PJ, de 2009 a 2014, os arguidos, com formação superior e experiência na banca, através de um sofisticado e bem organizado plano, candidataram-se fraudulentamente a financiamentos no valor de 130 milhões de euros, conseguindo obter 10 milhões de euros, com que se apropriaram indevidamente, em prejuízo de algumas das instituições de crédito contactadas.
Dissimulados sob uma aparente atividade empresarial farmacêutica, celebraram contratos de mútuo e de 'factoring', garantidos ou suportados em documentação de natureza contabilística e financeira sem qualquer aderência à realidade, incluindo documentação forjada de outras instituições de crédito e sociedades financeiras.
Na sequência da "Operação Pharma", realizada em dezembro de 2014, cuja investigação agora terminou, foram detidos dois homens, com 68 e 45 anos, e constituídos oito arguidos, entre pessoas singulares e empresas.
Para dificultar a sua perseguição criminal e prosseguir a atividade criminosa, os suspeitos diversificaram os locais de atuação e os alvos, criando empresas de fachada ou usurpando a sua identidade, em Portugal e no estrangeiro, recorrendo a "testas de ferro", a quem convenceram de uma realidade inexistente, explorando as suas fragilidades, situações de desemprego ou laços de familiaridade, a troco de escassas contrapartidas económicas, indica a PJ.
A investigação, de carácter nacional e transnacional, conta com oito inquéritos incorporados e cerca de 200 volumes e apensos, mais de uma centena de contas bancárias analisadas e outras tantas inquirições e interrogatórios, entre outras diligências de investigação e exames periciais, tendo sido remetida para o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
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