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Mãe antes dos 18 e aos 40: O amor não se mede pela idade

A história de quatro mulheres que nos mostram como a gravidez pode ser encarada de diferentes formas, dependendo da idade em que se decide dar à luz. Apesar disso, certo é que uma coisa é sempre igual: o amor que se dá aos filhos.

Mãe antes dos 18 e aos 40: O amor não se mede pela idade
Notícias ao Minuto

08:10 - 01/05/16 por Andrea Pinto

País Dia da Mãe

Com as novas formas de vida, o conceito de ser mãe alterou-se. Se antigamente, ser mãe era uma prioridade e a vida de uma mulher era dedicada à educação dos filhos, atualmente muitas mulheres preferem viver a sua vida, investir na carreira, e só depois abdicarem de si próprias para se dedicaram a outro ser. Mas há também um outro fenómeno, que marca a sociedade nos dias de hoje: mães que por descuido se veem com um filho nos braços sem o terem planeado.

O motivo de serem mães é diferente – umas são-no por descuido, outras planeiam de tal forma a sua vida que preferem agendar uma gravidez para uma idade mais tardia. Porém, o amor que dedicam aos seus filhos em nada diverge. Se umas podem defender que a experiência lhes dá outra estaleca para educar os filhos, as outras poderão garantir que o facto de serem jovens lhes permite um acompanhamento mais prolongado da vida dos seus filhos.

A opção de adiar vs O choque de ser cedo demais

Paula Pereira e Florbela Barão da Silva, de 47 e 45 anos, respetivamente, são dois exemplos de quem decidiu ser mãe tarde. Se para Paula, professora de Educação Física, ser mãe depois dos 40 “foi uma opção”, para poder concretizar “outras realizações pessoais”, Florbela, profissional de relações públicas, foram várias “circunstâncias da vida, como a separação, a reorganização da vida sozinha, a carreira, o cuidar de pais idosos, o estabilizar vida amorosa e a dificuldade em engravidar” que a levaram a adiar a gravidez, embora a partir dos 35 sentisse “esse apelo biológico”.

Já Magda Pereira e Ana Rita (nome fictício) foram mães ‘sem querer’. Apesar disso, nunca pensaram em interromper a gravidez porque ambas são “contra o aborto”. Ana foi mãe aos 15 anos. O preservativo rompeu, enquanto Magda confessa que nem sequer usou contraceção. Embora a primeira reação não tenha sido boa, aos poucos, ambas aceitaram a sua nova realidade, assim como a família se foi habituando à ideia.

Ser mãe sempre “foi um sonho” para estas quatro mulheres, apesar das diferentes circunstâncias em que isso aconteceu.

Quando a maturidade e experiência podem fazer (ou não) diferença

Se no primeiro caso, Florbela e Paula puderam aproveitar a vida e “ter tempo para procurar conhecer-se melhor antes de ter esta experiência”, Magda e Ana Rita tiveram que abdicar de tudo. Por isso mesmo, a forma como encararam o seu estado de graça foi diferente.

“O facto de possuir uma maior estabilidade financeira e uma maior experiência de vida proporcionou uma atitude perante a gravidez tranquila e serena sem abdicar de nada (…). A postura é mesmo aproveitar cada momento como algo singular”, afirma Paula Pereira, que foi mãe aos 39 anos.

Já as jovens mães Madga e Ana confessaram “não ter a maturidade suficiente” na altura, o medo de sofrer um aborto foi o que mais as preocupou. Já com os filhos nos braços, contudo, as preocupações são as mesmas para qualquer tipo de mãe.

“Após ser mãe o meu maior medo é o de ficar sem o meu filho. Se isso acontecer fico sem uma parte de mim”, afirma Ana Rita, que entretanto se separou do namorado e toma conta da criança sozinha.

Na hora de acompanhar os filhos, as mais velhas têm mais medos

Se a idade pode ser uma mais valia no momento de levar a gravidez de forma ponderada e controlada, esta pode porém ser um entrave para quando as crianças começam a crescer.

“A idade afeta a forma como percecionamos o futuro do nosso filho, o poderem já não ter os avós vivos e a nossa consciência de mortalidade e o podermos não os acompanhar até uma fase mais adulta da vida”, diz Florbela lembrando ainda “alguma falta de energia que podemos vir a sentir depois dos 40”. A ideia é partilhada pela professora Paula que lamenta também “a dificuldade no acompanhamento total do meu filho no que se refere às brincadeiras ou atividades físicas, por cansaço e lesões”.

Magda e Ana Rita, pela sua ainda tenra idade, não sofrem destas preocupações, mas a experiência e o facto de terem perdido a oportunidade de viverem a sua juventude leva-as a não quererem ser um exemplo para os filhos.

“Não fazer com que ele passe pelas dificuldades que nós passámos no passado e tentar dar uma vida melhor do que aquela que nós tivemos”, salienta Ana Rita, natural de Ponta do Sol, na Madeira.

Ser mãe é apenas saber amar

Se há outra coisa que distingue estas mães é a vontade de aumentar a família. Se Florbela e Paula querem ficar por aqui, para lhes “proporcionar o melhor possível”, Ana Rita e Magda tem ainda tempo para poder voltar a experienciar uma gravidez, desta vez com mais calma.

Qualquer uma das crianças envolvidas nestas quatro histórias pode no entanto ter uma certeza: o amor não faltará.

“O mais importante é a sua felicidade, a educação, e a estrutura emocional e psicológica. Dar-lhes instrumentos afetivos e segurança para assegurar o seu desenvolvimento saudável e incentivar a autonomia”, afirma Florbela, com o apoio das restantes que sublinham também “o amor e carinho”.

E porque o amor de mãe não é medido pela idade, estas mães merecem o melhor no dia que é delas: o Dia da Mãe, que se celebra este domingo, dia 1 de maio.

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