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"Old meets New" reune obras inéditas de Paula Rego

A exposição "Old meets New" vai reunir obras inéditas de Paula Rego, como as séries recentes inspiradas em "A relíquia" e "O primo Basílio", de Eça de Queirós, a partir de 25 de maio, na Casa das Histórias, em Cascais.

"Old meets New" reune obras inéditas de Paula Rego
Notícias ao Minuto

17:50 - 22/04/16 por Lusa

Cultura Casa das Histórias

A exposição "Old meets New" vai reunir obras inéditas de Paula Rego, como as séries recentes inspiradas em "A relíquia" e "O primo Basílio", de Eça de Queirós, a partir de 25 de maio, na Casa das Histórias, em Cascais.

Até 30 de outubro, estarão também nesta exposição a série sobre D. Manuel II, o último Rei de Portugal, criada em 2014, e o tríptico do mais recente autorretrato da artista, revelou à agência Lusa Catarina Alfaro, curadora da mostra.

Às séries de pintura "A relíquia" (2013) e "O primo Basílio" (2015), apresentadas pela primeira vez em Portugal, juntam-se ainda um conjunto de gravuras da autoria de Paula Rego, nomeadamente sobre a "Mutilação genital feminina" (2009) e a série de seis gravuras intitulada "Les planches courbes".

Esta última foi realizada a partir dos poemas do poeta francês Yves Bonnefoy, e serão apresentadas pela primeira vez no museu que representa a artista, a Casa das Histórias.

A exposição irá contar ainda com uma sala ocupada por parte do cenário criado pela pintora para a construção da série "O primo Basílio", apresentado numa articulação visual com as obras que a constituem, que vão estar numa sala ao lado.

Tal como em obras anteriores - como a tapeçaria "Alcácer-Quibir", de 1966, e na tela "Regicídio", de 1965 - nas quais a pintora escrutina alguns episódios da História de Portugal, o mesmo acontece na série "D. Manuel".

A artista "estabelece, também como ponto de partida narrativo para as suas novas séries de obras, os dramas morais e sociais construídos nos finais do século XIX pelo escritor português Eça de Queirós", explica Catarina Alfaro, num texto sobre a exposição.

"Estas novas ficções pictóricas, homónimas dos romances, passam por uma relação direta com a literatura próxima da crítica de costumes que, transmite também ela, o retrato político, social e psicológico da sociedade portuguesa", acrescenta.

A curadora ressalva, no entanto, que "o encontro com estas histórias contadas por Eça nunca se traduz, na obra de Paula Rego, numa tentativa de ilustrar a palavra, o romance".

"Não há dúvida que as suas pinturas partilham simbolicamente os lugares e personagens convocados por essas imagens literárias, mas há sobretudo e sempre uma intenção transformadora, assumida pela artista, que autonomiza as pinturas das histórias originais", aponta.

Paula Rego, 81 anos, foi distinguida em 2010 pela rainha Isabel II com o grau de Oficial da Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição para as artes.

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