Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
12º
MIN 11º MÁX 18º

Migrações: Refugiados chegam a Portugal a ritmo compatível com resposta

Os refugiados estão a chegar a Portugal "a um ritmo compatível" com a capacidade de acolhimento, mas o país deve investir os fundos disponibilizados por Bruxelas na formação de técnicos, defendeu hoje a especialista em migrações Lisa Matos.

Migrações: Refugiados chegam a Portugal a ritmo compatível com resposta
Notícias ao Minuto

17:35 - 15/03/16 por Lusa

País Especialista

A especialista, que trabalha no acolhimento de refugiados há uma década e colabora atualmente com o Serviço Jesuíta aos Refugiados, explicou que é preciso ter em conta a capacidade de resposta dos serviços públicos - centros de saúde ou escolas, por exemplo - às necessidades imediatas de um refugiado.

O problema não se coloca em termos sociais, frisou, e quando o Governo se disponibiliza para acolher 10.000 refugiados deve ter-se em conta que só em 2014 Portugal recebeu e integrou cerca de 35.000 imigrantes, sendo um dos países da União Europeia com menos residentes estrangeiros (3,8% da população). A questão é a capacidade de resposta dos serviços.

Quando chegam ao país, os refugiados, que muitas vezes estão a viver há meses em condições extremamente difíceis, precisam de uma avaliação médica, de vacinação ou de tratamentos. Se chegarem várias centenas de cada vez, é de prever que os serviços não consigam dar resposta, explicou a especialista, que falava num encontro com jornalistas organizado pela representação da Comissão Europeia em Portugal.

Por outro lado, é também necessário integrar rapidamente as crianças refugiadas na escola, independentemente da altura do ano em que chegam ao país, e isso é por vezes muito difícil para as escolas públicas, com turmas já fechadas e com o número limite de alunos.

Lisa Matos frisou a necessidade de se enquadrar a capacidade de resposta com números, explicando que em dez anos, entre 2006 e 2015, Portugal recebeu 219 refugiados, número que será rapidamente ultrapassado nos próximos dois anos devido à atual crise migratória na Europa.

Para a especialista, o previsível aumento de chegadas deve ser desde já preparado com uma aposta na formação de técnicos.

"Deve haver um grande investimento em formação de técnicos. Se há dinheiros europeus para fazer face à crise migratória, em Portugal isso deve passar pela formação", defendeu.

O acolhimento de refugiados em Portugal é atualmente assegurado por três organizações: o Conselho Português para os Refugiados, único no terreno até 2014 e, desde esse ano, o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Fundação ADFP.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório