Apesar de não ter sido reconduzido como director de serviço de anestesiologia do Hospital Sousa Martins, na Guarda, Manuel Dias da Costa, continuava a assegurar a gestão do corrente do serviço até à nomeação de nova chefia. Entre as funções que desempenhava, destacam-se as escalas de serviço, nomeadamente a distribuição de horas extraordinárias e de urgência, bem como de cirurgia adicional, ou seja, realizada fora do horário normal e, por isso, paga à parte.
Acontece que, este clínico está sob suspeita por alegadamente ter feito, entre 2008 e 2011, mais trabalho extraordinário que os restantes colegas porque o próprio se escalava para os turnos mais bem pagos, designadamente em vésperas e feriados e fins-de-semana, conta hoje o JN.
Contas reveladas na edição de hoje do JN mostram que, em resultado desta prática o médico recebeu durante 37 meses um salário médio ilíquido superior a 18 mil euros, quando o seu rendimento base é de 5664 euros. Mas houve meses, acrescenta o jornal, em que auferiu mãos de 20 mil euros.
O Ministério Público da Guarda entregou a investigação do caso à directoria de Coimbra da Polícia Judiciária (PJ).