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Três mulheres com cancro que mudaram a maneira de ver a doença

Três mulheres, que além de doentes oncológicas têm de enfrentar as dificuldades geradas pela perda do emprego e até processos de divórcio, relataram à Lusa de que forma estão a dar a volta aos seus problemas.

Três mulheres com cancro que mudaram a maneira de ver a doença
Notícias ao Minuto

07:21 - 08/02/16 por Lusa

País AAPC

Maria Elisabete Cunha, Fátima Pinheiro e Maria do Céu Silva tem muito mais em comum do que serem utentes da Associação de Apoio às Pessoas com Cancro (AAPC), organização onde se conheceram quando foram confrontadas com problemas oncológicos.

Situada na Senhora da Hora, em Matosinhos, a AAPC tem sido a força motriz que as fez revitalizar, como refere Fátima Pinheiro, vítima de cancro na mama: "É um complemento fundamental para [enfrentar] a nossa doença, até porque mudamos completamente a nossa maneira de estar e de ver a doença".

Desempregada e a enfrentar um processo de divórcio, para além do combate ao cancro, a utente assumiu que associação "é a sua retaguarda" imprescindível. "Sem ela já não estaria aqui", acrescentou.

"Consigo hoje ver a doença e os contratempos com outra postura e maneira de ser, com leveza", sublinhou Fátima Pinheiro, uma das cerca de 400 pessoas a quem a associação criada em 2005 presta o mais variado auxílio, desde o alimentar ao apoio psicológico e de material.

Há 19 anos vítima de um cancro da mama, Maria Elisabete Cunha beneficiou "da transmissão de conhecimentos" por parte da associação que a ajudou a "ultrapassar a doença", destacando as "terapias ocupacionais, as sessões de reiki, ioga, como forma de obter bem-estar e equilíbrio".

Frisando que "o pior que um doente pode fazer é isolar-se", a utente da AAPC explica que o "importante" é saber lidar com a doença.

"Temos de ser otimistas, nunca desanimar. A raiva não pode existir, temos que aceitar o que Deus nos deu e esta fé permite-nos superar até o impensável".

A combater um mieloma múltiplo, doença na medula óssea, rara e da qual diz saber que "não tem cura", Maria do Céu Silva nem por isso deixa de ser das mais animadas do grupo nas terapias ocupacionais.

"Eu vivi depois de ter tido o cancro. Consegui, depois disso, a minha paz interior", disse à Lusa, explicando que "por vezes, é preciso levar um safanão da vida para dar importância às pequenas coisas".

Obrigada a "vender o apartamento devido aos problemas financeiros e a recorrer ao Banco Alimentar", Maria do Céu Silva, que já fez o segundo autotransplante, diz "estar aí para as curvas" e destaca a "importância da espiritualidade" em todo este processo.

"Tudo aqui nos faz bem", afirma.

"A partilha que é muito boa", concluiu.

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