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Acordo ortográfico? "Portugueses criam uma tempestade num copo de água"

O escritor cabo-verdiano Germano Almeida disse hoje que Portugal está a "criar uma tempestade num copo de água" com o acordo ortográfico, sublinhando as vantagens dos oito países lusófonos usarem uma grafia comum.

Acordo ortográfico? "Portugueses criam uma tempestade num copo de água"
Notícias ao Minuto

23:00 - 03/02/16 por Lusa

País Escritores

O escritor cabo-verdiano respondeu desta forma a uma pergunta da plateia durante o lançamento hoje, na cidade da Praia, do seu mais recente livro "Regresso ao Paraíso", onde o autor volta à Boavista natal para retratar histórias da sua infância.

"É necessário haver um acordo ortográfico, seja ele qual for. Não convém os oito países lusófonos terem cada um a sua forma de escrita. Não tenho qualquer problema com o acordo ortográfico. Os portugueses estão a criar uma tempestade num copo de água. A língua não é dos portugueses, é nossa", disse Germano Almeida.

Germano Almeida adiantou que não sabe bem, nem se preocupa com a ortografia dos seus livros, porque o computador e a editora estão lá para os corrigir e adaptar ao novo acordo ortográfico.

"Devemos escrever a língua portuguesa o melhor possível, mas não insistir muito se determinada palavra se escreve com ou sem c. É uma guerra de lana-caprina que só interessa aos produtores de livros", afirmou.

Sobre o novo livro, Germano Almeida adiantou que, "se quisesse, poderia escrever indefinidamente histórias" sobre a Boavista, apesar não visitar a ilha há anos.

"Tenho a Boavista dentro de mim. Saí da Boavista, mas a Boavista não saiu de mim. Vivo há 30 anos em São Vicente e ainda me sinto estranho. Vivi até aos 18 anos na Boavista, onde tive uma infância maravilhosa", partilhou.

O autor, que justifica não voltar à ilha por causa do que o turismo e os empreendimentos turísticos lhe fizeram, adiantou que "não houve época mais feliz do que a da Boavista".

"Só dei conta que tinha perdido o paraíso quando fui para a tropa e me perdi na selva de Angola", relatou.

Um paraíso que o escritor recria no livro, que recupera histórias da sua infância, quando vivia no Largo do Monte Sossego e tinha como brincadeira preferida espantar os corvos que dormiam nas dunas.

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