Maria Rosário Macedo, de 47 anos, e Manuel Gomes Fernando, de 56 anos, morreram em circunstâncias anormais, segundo as famílias.
Os dois casos aconteceram na Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal. O Centro Hospitalar de Setúbal vai agora abrir um inquérito à primeira morte, mas não à segunda, avança o Jornal de Notícias.
A primeira doente deu entrada, pela segunda vez, a 29 de dezembro depois de se ter queixado de fortes dores de cabeça. Da primeira vez, receitaram-lhe comprimidos para os ouvidos. Mas as dores não passaram e Maria Rosário voltou. Fez análises e os resultados foram enviados para o Hospital Garcia de Orta, em Almada. Esse mesmo hospital deu indicações para não enviarem para lá a paciente e a mulher acabou por morrer.
Já Manuel Gomes Fernando perdeu a vida a 30 de dezembro, depois de se ter queixado com dores fortes na perna esquerda.
Foi levado para a Urgência do Hospital de Setúbal e recebeu pulseira laranja. A mulher da vítima garante que ele não foi medicado, os médicos asseguram que sim.
Entretanto, a dor passou para a coluna e depois para o peito, causando-lhe uma paragem cardíaca e por conseguinte, a morte.
A mulher, Maria Rodrigues Soares assegura que o médico que atendeu o seu marido “não queria saber dele”. “Chegou a dizer-lhe, e tenho testemunhas, que uma dor na perna não mata”, conta.
Estes dois casos relembram a história do paciente que foi às urgências de Faro, teve um AVC enquanto aguardava atendimento, acabou por ser transportado para o hospital de Coimbra, uma vez que o hospital de São José tinha recusado a transferência. Também o caso de David Duarte, o jovem que faleceu por aguardar uma operação por falta de uma equipa especializada, depois de ter sido diagnosticado com um aneurisma, gerou uma enorme polémica.