Para colmatar a maior afluência de doentes à urgência durante o período da gripe, o hospital Amadora-Sintra decidiu pagar aos médicos conforme o número de doentes observados, em vez de pagar à hora.
O objetivo é garantir escalas reforçadas, atraindo os clínicos necessários para dar resposta ao aumento da procura dos serviços hospitalares no inverno e consequente aumento das horas de espera.
Segundo o hospital, contactado pelo Diário de Notícias, está ainda previsto o aumento das camas disponíveis, “reforço da renumeração ou o recurso a médicos de família” para evitar situações de rutura como aquelas que foram registadas no ano passado.
Apesar de admitir que este é um " tipo de pagamento que pode ser explorado, porque facilita a contratação de médicos”, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva admite que possam surgir "perversidades".
"Não acredito que um médico queira atender um doente rapidamente só para ganhar mais uns euros”, disse. Mas podem ceder à tentação de "chamarem mais os doentes menos graves e mais rápidos. É por isso que têm de ser definidas regras para que o modelo seja exequível”.
Fonte da unidade hospitalar garante que as medidas estão dentro da legalidade e “podem nem ser necessárias caso haja uma época de gripe sem grandes problemas”.
